Espécies de floresta primária são encontradas no Refúgio Metrópole da Amazônia



Técnicos do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-bio) e do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) fizeram o levantamento da flora e demais exemplares de vegetação existentes na Trilha da Samambaia, no Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia, na Região Metropolitana de Belém. A trilha tem mais de 2 quilômetros de extensão, e nesse trajeto foram catalogadas 124 plantas, de 29 espécies e 13 famílias.

O levantamento da flora encontrada na trilha visa identificar os tipos de árvores, palmeiras e cipós mais comuns na área, além de apontar as espécies de maior interesse para a biodiversidade local e também para o roteiro turístico.

“Todas as espécies foram classificadas conforme o nome comum e o nome científico, e demarcadas com plaquinhas de alumínio e numeração contínua. Esses dados permitem o monitoramento das espécies botânicas, assim como propiciam a produção de dados das plantas e da vegetação do Refúgio Metrópole da Amazônia ao longo do tempo”, informou Michele Ferreira, engenheira florestal do Ideflor-bio.

O levantamento considerou apenas as árvores que ficam às margens da Trilha da Samambaia. Dentre as espécies mais comuns estão envira cana, ingá, tapiririca e louro prata. A trilha apresenta ainda algumas peculiaridades, como seringueira, tauari e timborana, espécies de florestas primárias. Outra curiosidade é a Chimarris turbinata, que, segundo o parataxonomista (profissional conhecido como mateiro) do MPEG, Luiz Costa, também é um indicador de floresta primária e apreciada pelos amantes do futebol paraense.

“A Chimarris é conhecida popularmente como pau de Remo, pelos torcedores do Leão, e como pau de Paysandu, por aqueles que torcem pelo Papão. Encontramos duas árvores de Chimarris na Trilha da Samambaia, o que indica um possível processo de regeneração da floresta primária em alguns pontos do Refúgio Metrópole da Amazônia”, explicou Luiz Costa.

Nos próximos meses, a equipe, formada ainda por um estudante de iniciação científica do Museu Goeldi, fará incursões por outras trilhas do Refúgio Metrópole da Amazônia, como as da Seringueira e do Engenho. Os nomes remetem ao uso que o Refúgio teve ao longo dos últimos séculos.

História - A área, de aproximadamente 6,5 mil hectares - hoje uma Unidade de Conservação estadual gerenciada pelo Ideflor-bio -, já abrigou um engenho no século XVIII, áreas de extrativismo da borracha no século XIX e a Fazenda Pirelli, no século XX. Junto com as trilhas e a diversidade de plantas, o espaço guarda outras relíquias, como a fauna e vestígios arqueológicos, essenciais para a recuperação da história local.

O Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia fica entre os municípios de Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Izabel do Pará. A área pode ser acessada para pesquisas científicas com autorização do Ideflor-bio, e também para caminhadas pelas trilhas ecológicas, com o acompanhamento de condutores credenciados pelo Instituto.

Serviço: Mais informações sobre a solicitação de pesquisas científicas e visitas monitoradas ao Refúgio podem ser encontradas na página do Ideflor – ideflorbio.pa.gov.br.