Os cuidados com o bebê na primeira hora
após o nascimento são fundamentais para a sua saúde ao longo da vida. Também é
assim com a amamentação. A primeira mamada na "hora de ouro", como é
chamada a primeira hora de vida do recém-nascido, estimula a descida do leite,
o vínculo entre mãe e filho e funciona como uma vacina natural para prevenir
possíveis infecções. Em Marabá (PA), no Hospital Regional do Sudeste do Pará -
Dr. Geraldo Veloso (HRSP), administrado pela Pró-Saúde Associação Beneficente
de Assistência Social e Hospitalar, a prática já é adotada pela equipe,
contribuindo para a redução da mortalidade infantil e o aumento do índice de
aleitamento materno exclusivo até os seis meses na região.
Foi assim que aconteceu com a dona de
casa Eliana Mesquita, de 25 anos. Mãe de segunda viagem, ela se emocionou ao
carregar no colo a pequena Mikaelly, que tentou a primeira mamada antes mesmo
de sair do Centro Cirúrgico. "Eu já achava a amamentação importante e,
depois dessa orientação, acho mais ainda. Quando a gente recebe a informação
correta e fica tudo bem explicado, o nosso cuidado com o bebê, e até com a
gente mesmo, é melhor e maior", contou a paciente.
De acordo com a enfermeira Michele
Trindade, a implantação da "hora de ouro" na Unidade reduz o tempo de
internação do recém-nascido e contribui para o seu desenvolvimento neuromotor.
"A população carece de conhecimento sobre o assunto. Tanto é que, às
vezes, a amamentação não acontece por questões culturais. Então esse é um dos
trabalhos feitos na Unidade: amparar as mães e explicar tudo o que envolve esse
processo. O que temos percebido é que os bebês internados no Hospital, que
passaram a receber o leite da mãe, têm alta hospitalar mais cedo porque o
sistema imunológico melhora bastante", explica a colaboradora e presidente
da Comissão de Aleitamento Materno (CAM).
Junto com a CAM, profissionais de outras
áreas atuam para tornar ainda mais especiais os primeiros momentos dos bebês
nascidos no Hospital Regional de Marabá. Psicólogos, assistentes sociais,
nutricionistas, enfermeiros, técnicos de Enfermagem e médicos, dentre outros,
participam do projeto de humanização do parto, que garante a presença de um
familiar ou amigo da gestante no Centro Cirúrgico e, ainda, o registro
fotográfico do nascimento.
Sensibilização além do parto
Além de orientar as parturientes sobre
os benefícios do aleitamento materno, a Instituição também incentiva as
acompanhantes de recém-nascidos prematuros e de baixo peso, atendidos na
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital, a oferecerem o leite
materno cru a partir da ordenha, deixando de lado fórmulas que podem ser
prejudiciais à saúde do bebê, mas que ainda são muito comuns na dieta infantil.
"O leite materno é riquíssimo em
anticorpos, proteínas, vitaminas e calorias, ou seja, tem tudo o que o bebê
precisa para se desenvolver. Ele deve ser ofertado à criança ainda que a mãe
não possa dar diretamente no peito, por conta do baixo peso do bebê, que é o
caso da maioria das crianças internadas na UTI Neonatal", contou a
enfermeira Tasmânia Oliveira.
Benefícios do leite materno
Até os seis meses de vida, o leite
materno deve ser o único alimento ofertado às crianças. Ele é suficiente para
protegê-las contra infecções, otites e doenças respiratórias. Além disso, é
limpo e está sempre pronto e quentinho. A partir do sétimo mês, a alimentação
do bebê deve ser complementada com outros alimentos. O Ministério da Saúde
recomenda que a amamentação ocorra até os dois anos de idade ou mais.