Dependência na importação de fertilizantes fragiliza modelo econômico brasileiro


O Brasil ocupa o 4º lugar no ranking mundial do consumo de fertilizantes e tem participação de apenas 2% da produção mundial. O fato de não ser autossuficiente na produção onera fortemente a balança comercial do País e causa uma dependência que pode prejudicar o agronegócio, uma das principais atividades produtivas. O assunto foi apresentado durante o Workshop Rochagem e Remineralização, ocorrido na Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA). O evento foi realizado pela FIEPA, Federação da Agricultura do Estado do Pará (FAEPA), Centro das Indústrias do Pará (CIP) e Instituto de Geociência da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Uma das palestrantes do evento, a professora doutora Suzi Ruffi Theodoro, explicou que a rochagem é a atividade industrial de produzir pó, a partir da moagem de determinados tipos de rochas, as quais, em função das suas propriedades químico-mineralógicas, podem servir como remineralizadoras de solos para uso na agricultura e na pecuária, substituindo com vantagens os insumos hoje importados.

“É uma nova rota tecnológica, a qual pode ser largamente utilizada no país, mas que ainda é muito pouco conhecida e menos ainda empregada”, disse ela. Além do fato de ser dependente da produção internacional de fertilizantes, cuja metade do consumo é da Índia e da China, outra vulnerabilidade levantada pela pesquisadora em relação ao Brasil é que o País não é formador de preço, ficando assim à mercê de uma decisão vinda de fora. Tanta dependência, alegou a pesquisadora, enfraquece a economia brasileira. “Se houver algum conflito mundial, ficaremos com nosso principal modelo de produção fragilizado”, alertou.