Hospital Metropolitano inicia produção de máscaras-escudo para profissionais da saúde




O Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), gerenciado pela Pró-Saúde em Ananindeua (PA), iniciou a produção de máscaras faciais do modelo escudo, para proteção dos colaboradores da área assistencial da unidade. O item é essencial na prevenção do novo coronavírus e será produzido no Laboratório de Tecnologia Assistiva (LABTA), projeto do HMUE vencedor do prêmio Inova SUS em 2019, que utiliza matérias-primas de baixo custo para produzir órteses.

Após uma semana pesquisando materiais e ouvindo especialistas da área de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Controle de Infecção e grupos de pesquisas, a equipe do LABTA desenvolveu uma máscara que resguarda os profissionais da área da saúde e segue todas as recomendações da Anvisa. Ela é um complemento aos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas, touca, óculos, avental e máscaras cirúrgica ou N95.

A máscara-escudo, estilo _face shield_, é suplementar à utilização das máscaras comuns, protegendo também a região dos olhos, além de ser totalmente higienizável. Trata-se de um equipamento que será produzido na unidade com materiais de baixo custo, como acetato, material que compõe a parte frontal e PVC, responsável pela aderência do equipamento à testa do profissional.

"A máscara protege toda a região facial e cabeça. Os materiais utilizados são resistentes e seguem o padrão utilizado para este tipo de dispositivo, com a vantagem de ser higienizável. A medida que for sendo utilizada, após o atendimento, é obrigatório higienizar e, conforme o desgaste natural, realizar a troca. Nossa equipe está empenhada para fabricar as máscaras. Inicialmente, elas serão direcionadas para os setores de urgência, emergência e internações e, em seguida, para os demais profissionais da equipe assistencial", explica Vitor Vilhena, terapeuta ocupacional do HMUE.

A equipe pretende fazer mais de 150 máscaras de proteção para os colaboradores assistenciais que estão na linha de frente do atendimento aos pacientes. A necessidade surgiu em razão da escassez dos equipamentos de proteção no mercado e o alto número de profissionais que compõem a equipe assistencial e demandas atendidas no Hospital Metropolitano, unidade do governo do Estado do Pará, referência para região metropolitana de Belém em traumas e queimados.

A máscara-escudo teve origem na República Tcheca, no bojo do combate global à Covid-19 devido à alta demanda por equipamentos hospitalares, chegando rapidamente ao Brasil. De acordo com o terapeuta ocupacional e responsável pelo LABTA, Lucas Muniz, o resultado final da máscara-escudo, feita no laboratório, surgiu a partir de estudos e pesquisas com exemplos similares de outras regiões do país.

"Inicialmente, fizemos um protótipo, pois passamos a acompanhar muito de perto as soluções adotadas em outras as regiões e no mundo contra o coronavírus, e então chegamos a esse resultado. Nosso modelo de máscara custa em torno de R$ 5 ou menos, mais barata que a encontrada no mercado. Temos material e recebemos doações, que neste momento são fundamentais para auxiliar na fabricação do dispositivo. A equipe está se revezando no processo de fabricação para dar conta da demanda", afirma Lucas.

Modelo é mais acessível que o 3D

Ainda segundo Lucas, que usou apenas a habilidade manual e quatro materiais acessíveis na produção (acetato, PVC, rebite e elástico), esse é um movimento que pode inspirar novas iniciativas. "Apesar de termos todo o equipamento para fazer as máscaras e seguirmos um modelo, moldando de acordo com a necessidade de proteção e com base em protocolos do **Ministério da Saúde** e Anvisa, nosso método é mais simples, ou seja, diferente dos feitos com tecnologia 3D. Portanto, mais pessoas ou hospitais podem seguir nossa iniciativa e produzir esse equipamento para atender suas necessidades", complementa Lucas.

Após a fabricação, a equipe do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e Segurança e Medicina do Trabalho receberão as máscaras, que serão preparadas para higienização e, em seguida, distribuídas para os profissionais de saúde do Metropolitano. A expectativa é que 20 profissionais já recebam o dispositivo nesta primeira semana de produção.