O desmatamento na Amazônia atingiu 529
km² em abril deste ano, um aumento de 171% em comparação com abril do ano
passado. O total desmatado em abril é o maior dos últimos dez anos. Os dados
são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon. A área desflorestada
em abril é aproximadamente do tamanho da cidade de Porto Alegre. Responsável
por 32% da área total desflorestada em abril, o Pará voltou ao topo do ranking
dos estados que mais desmatam na região. Em seguida vem Mato Grosso (26%),
Rondônia (19%), Amazonas (18%), Roraima (4%) e Acre (1%).
Ainda de acordo com o sistema de
monitoramento do Imazon, somente dez municípios foram responsáveis por mais da
metade do desmatamento na Amazônia em abril. Altamira e São Félix do Xingu, no
Pará, e Apuí, no Amazonas, ocupam o topo dessa lista. Dos dez municípios dessa
lista, nove estão na lista de municípios prioritários do Ministério do Meio
Ambiente.
Os satélites registraram ainda a
devastação da floresta em Terras Indígenas na Amazônia. No ranking das TIs mais
desmatadas, duas estão ainda na lista das mais vulneráveis para o coronavírus,
segundo levantamento feito pelo Instituto Socioambiental, que desenvolveu uma
plataforma de monitoramento da Covid-19 e os Povos Indígenas. Entre elas, a TI
Yanomami, localizada entre Roraima e Amazonas, que, de acordo com o SAD, foi a
segunda com maior área desmatada no mês de abril deste ano. De acordo com a Funai,
já foram confirmados mais de 350 casos de Covid-19 em indígenas no Brasil, mais
de 20 somente no Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami.