Com os desafios da pandemia para manter
em campo equipes de trabalho, seguindo os protocolos das autoridades de saúde,
a Mineração Rio do Norte (MRN), que produz bauxita em Porto Trombetas, município
de Oriximiná (PA), cumpriu a meta de reflorestar uma área de 519 hectares em
2020, acima da média anual, que gira em torno de 350 a 400 hectares. Para este
trabalho recorde em reflorestamento foram utilizadas 537.352 mudas de 64
espécies nativas, produzidas no viveiro florestal da empresa, e outros 3.837
quilos de sementes nativas, adquiridos junto a comunitários quilombolas e
ribeirinhos da região.
Entre os vários desafios da pandemia,
muitos diálogos diários de segurança para as equipes de campo seguirem as
orientações de medidas protetivas necessárias como uso de máscara e
distanciamento social. “Mantivemos os trabalhos durante o ano todo com o
preparo de novas áreas, coleta de sementes, produção de mudas, monitoramento
das áreas, Banco de Germoplasma, combate a espécies exóticas invasoras,
enriquecimento e adensamento de áreas, salvamento de flora, entre outras
atividades”, relata o engenheiro da MRN, Ruberval Cardoso.
As principais espécies nativas usadas no
processo de reflorestamento produzidas no Viveiro Florestal da MRN em 2020 são
itaúba, cumarú, jacarandá, angelim, ipê amarelo, castanha-do-pará e copaíba.
Nos trabalhos de reflorestamento para a restauração de áreas mineradas, a MRN
também envolve comunidades ribeirinhas e quilombolas desta região. Ano passado,
a empresa adquiriu 3.837 quilos de sementes nativas junto a estes comunitários.
A agricultora Maria Luísa Amaral, da comunidade Boa Nova, vende entre 8 a 10
quilos de sementes de espécies, como castanha-do-pará, andiroba, açaí e bacaba,
para a empresa. “Este trabalho de fornecimento de sementes para a MRN contribui
para incrementar a renda da minha família”, declara Maria Luísa.
A empresa também envolve os comunitários
da região nas atividades sazonais de plantio e reflorestamento. “No viveiro
florestal temos um quadro de 20 empregados e no período que favorece o plantio
das mudas são contratados, em média, 90 comunitários das comunidades
ribeirinhas e quilombolas para a execução do plantio para o reflorestamento
destas áreas de mina”, comenta o analista ambiental da MRN Jocenildo Marinho.
Técnicas - Pioneira no desenvolvimento
de técnicas de restauração de áreas mineradas no interior de uma Floresta
Nacional, ao longo dos anos, a MRN foi aprimorando suas metodologias de
restauração por meio de pesquisas científicas realizadas na área e da própria
observação dos técnicos. O processo de restauração das áreas inicia-se no
momento em que é feito o inventário florestal da área a ser solicitada para
supressão. Este documento é a base para a indicação de espécies a serem
utilizadas no ambiente após o processo de lavra. “Várias etapas envolvem a restauração das
áreas mineradas, sendo destacada a coleta de sementes e produção de mudas, o
manejo da camada superficial do solo (topsoil), a reconformação do solo, o
preparo da área para receber o topsoil e as mudas e seu monitoramento”, explica
o engenheiro.
Entre as principais técnicas utilizadas
pela MRN para a restauração da flora está a condução de regeneração natural,
com a utilização do topsoil, que é fundamental para o início da sucessão
florestal na área, pois é onde se encontra o rico banco de sementes que irá
realizar o recobrimento inicial da área. Este material representa uma
importante fonte de matéria orgânica, sementes, nutrientes, micro e mesofauna
(constituída por invertebrados de 0,1 a 2 mm), associadas ao solo.
As outras duas técnicas são o plantio de
mudas, feito após a coleta de sementes e produção de mudas ao longo do ano,
contribuindo para a recuperação do ambiente; e a semeadura direta, que é a
utilização de sementes viáveis para germinação, utilizadas a partir do terceiro
ano da restauração. “Tanto o plantio de mudas quanto a semeadura direta visam o
enriquecimento e o adensamento da área, gerando maior diversidade no ambiente”,
declara Cardoso.
No final de 2020, a Gerência de Controle
Ambiental iniciou testes para comparar o atual método de produção de mudas com
a utilização de saquinhos plásticos e camada superficial do solo com substrato
industrializado enriquecido. “A ideia é identificar o melhor método para a
produção de mudas com maior qualidade, otimização nas condições de trabalho e o
melhor custo benefício para o desenvolvimento da atividade”, assinala o
engenheiro.
Com a meta de 2020 cumprida, ainda em
dezembro deste ano a MRN começou a organizar as atividades de transporte de
mudas e demais insumos para o trabalho de campo em 2021. “Para este novo ano,
nosso planejamento é reflorestar 520 hectares nas minas em processo de operação
e 6 hectares em minas em processo de descomissionamento, totalizando 526
hectares”, adianta Marinho.