Entregue pelo Governo do Pará no último mês e já finalizando o treinamento da equipe multiprofissional, o Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea) inicia no próximo dia 15 de janeiro (sexta-feira) o atendimento ao público, com o acesso aos serviços inteiramente viabilizados pelo Sistema de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS). A expectativa é de que sejam realizados até 300 atendimentos referenciados por mês, de maneira gradativa, e o público-alvo inclui crianças, adolescentes e adultos.
Instalado no Centro Integrado de
Inclusão e Reabilitação (CIIR), o Natea não funciona com "porta
aberta". O atendimento só ocorre a partir de encaminhamento por uma
Unidade Básica de Saúde (UBS), de acordo com o previsto pelo Ministério da
Saúde para atendimentos especializados. Dentre os serviços ofertados nas
práticas baseadas em evidências científicas constam a análise do comportamento
aplicada (ABA, sigla em inglês), que pela primeira vez será disponibilizada na
rede pública de saúde; fonoaudiologia; terapia ocupacional com treino de
atividades de lida diária (AVDs); terapia de integração sensorial e treinos
vocacionais, dentro de um contêiner que simula uma casa-funcional, para ajudar
na inserção dos assistidos em atividades cotidianas. São oferecidos, ainda,
musicoterapia, educação física adaptada e arteterapia.
Caso haja necessidade, um especialista solicitará encaminhamento, via Central Regional de Regulação, de acordo com a pactuação estabelecida entre seu município e outra cidade que oferece o atendimento. A vaga solicitada é identificada e sinalizada para a Central de onde partiu o pedido. O usuário é deslocado para unidade (estadual ou da rede conveniada) com a disponibilidade previamente agendada, que já o aguarda para realizar atendimento.
Realidade do autismo - É considerado indispensável o maior número de cadastros para a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), emitida pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), pois só assim será possível conhecer a realidade do autismo no Estado, inclusive para seguir descentralizando o atendimento, a partir da criação de Nateas pelo interior. "Ter acesso a esse quantitativo com certeza vai influenciar na tomada de decisão, de criação de políticas públicas daqui pra frente", ressalta Nayara Barbalho.
O site da Sespa - saude.pa.gov.br/autismo - já recebeu três mil inscrições para a emissão de Cipteas, e 500 delas já foram entregues em municípios da Região Metropolitana de Belém (RMB). As demais serão entregues a partir da próxima semana.
