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| Espécie Encyclia aliceae |
No distrito de Porto Trombetas,
Oriximiná (PA), amostras de mais de 2 mil plantas de todas as espécies da
Floresta Nacional (Flona) de Saracá-Taquera resgatadas e já reintroduzidas são
mantidas no Epifitário da Mineração Rio do Norte (MRN). Anualmente, mais de 20
mil epífitas são resgatadas e reintroduzidas à natureza por meio do Programa de
Resgate de Flora, que também já tem catalogadas mais de 130 espécies de
orquídeas, 25 espécies de bromélias e 75 de aráceas - família botânica composta
por espécies como antúrios e copos-de-leite.
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| Pesquisador João Batista da Silva - Foto - Yuri Sousa |
Reflorestamento - As atividades de resgate de João Batista e sua equipe ocorrem antes e após a etapa de supressão vegetal. Antes, a equipe entra na área para resgatar todas as epífitas que estão numa altura correta para a coleta. “Após a supressão, vamos árvore por árvore, coletando as epífitas que encontramos do tronco até a copa”, declara. Outra frente é contribuir com as ações de reflorestamento. “A maior importância em nosso trabalho também é repor à natureza parte do que foi retirada. Tratamos destas plantas no Epifitário: lá elas são identificadas, contadas, limpas e levadas de volta para serem repostas através do reflorestamento”, assinala João Batista.
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| Espécie Catasetum saracataquerense_Foto - João Batista da Silva |
Marco Antonio Fernandez, gerente de Licenciamento e Controles Ambientais da MRN, destaca a biodiversidade da Flona e como as epífitas mantêm-se reintegradas a este ambiente após os processos de reflorestamento: “Na Flona de Saracá-Taquera é possível percorrer caminhos desde a intimidadora robustez até a infinidade de minúsculos detalhes. É uma riqueza inimaginável, deslumbrante e empolgante. As epífitas integram esse universo único e oferecem, em cada fragmento seu, uma história de delicada e complexa integração com as demais plantas e animais da floresta. É muito satisfatório podermos oferecer a estrutura para o desenvolvimento longevo dessa rica atividade de conhecimento, cuidados e reintegração das epífitas nos processos de reflorestamento das áreas mineradas”, relata.
Monitoramento - O pesquisador João Batista assinala que a
experiência tem sido gratificante pela possibilidade de compartilhar seu amplo
conhecimento e de vivenciar uma dinâmica de campo diferenciada de sua
trajetória anterior, em que o foco era fazer inventários amplos e gerais sobre
a flora em vários estados brasileiros. Nos trabalhos na Flona de
Saracá-Taquera, além de levantamentos e planos de manejo, ele e sua equipe têm
como foco acompanhar todas as etapas de desenvolvimento de uma mesma espécie
por até 11 anos. “A mineração me deu uma
experiência que eu ainda não tinha conseguido em nenhum outro lugar: passar um
ano, 10 e até 11 anos observando a mesma planta: descobrindo as suas fases:
floração, crescimento, dispersão e frutificação”, conclui o pesquisador.



