Uma
pesquisa inédita divulgada pelo Boston Consulting Group (BCG) revelou que 70%
dos brasileiros pretendem viajar na primeira oportunidade. O estudo denominado
Consumer Sentiment ouviu 1,5 mil brasileiros, que já demonstraram confiança em
viajar novamente com o avanço da vacinação pelo país.
"Mais
de 150 milhões de brasileiros já foram imunizados com pelo menos uma dose da
vacina contra a Covid-19. Esta conquista foi crucial para aumentar a confiança
dos viajantes e voltar a movimentar a engrenagem do turismo brasileiro",
garante o ministro do Turismo, Gilson Machado.
"O
ser humano tem uma necessidade de inata de viajar, conhecer outros lugares,
outras pessoas, outras comidas, outras culturas, e essa vontade ficou represada
durante a pandemia. Então, com a flexibilização das medidas de combate à Covid
por conta do controle que se tem hoje sobre a pandemia, as pessoas querem poder
viajar, espairecer e buscar diversão após um difícil período intenso de confinamento
para todos que buscaram evitar a exposição ao vírus. E esse cenário traz
impactos positivos para o Pará. Ainda existem muitas restrições com relação às
viagens internacionais. O real se desvalorizou muito durante esse período, o
que torna a viagem muito cara para fora do Brasil. E o Pará é aquele destino
turístico ainda inexplorado pra muitos", afirma o secretário de Turismo do
Pará, André Dias.
O
resultado da pesquisa do BCG reforça ainda a tendência do turismo doméstico e
de proximidade no país: 26% dos turistas entrevistados afirmaram que querem
viajar pelo Brasil; 19% preferem realizar uma viagem internacional. Sobre o
meio de transporte escolhido, 25% dos entrevistados planejam realizar a próxima
viagem de carro e 45%, de avião.
Maior
movimento
No
dia 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, os aeroportos brasileiros
registraram mais de 1,7 milhão de passageiros e a taxa de ocupação hoteleira
ficou acima dos 75% no período, segundo levantamento realizado pelo Ministério
do Turismo. Também no início de outubro, foi aprovada a volta dos cruzeiros
marítimos na costa brasileira, que deve ocorrer em novembro. O MTur estima
ainda que isso vai injetar R$ 2,5 bilhões na economia nacional e gerar cerca de
35 mil empregos.
"Por
conta do lockdown e da necessidade de ficar em casa, agora, as pessoas querem
buscar contato com a natureza, ambientes abertos, experiências inovadoras.
Aqueles itens que estavam na lista sempre de canto, 'ah, depois eu vou, numa
outra oportunidade', agora virou uma quase prioridade, uma urgência sanar esses
desejos. Com a pandemia, a gente viu que precisamos disso também. O Pará como
principal destino turístico da Amazônia tem muito a se beneficiar, com geração
de emprego e renda. Os empresários aqui estão prontos para receber esse turista
e apresentar essas experiências que eles tanto anseiam", diz André Dias.
É
o caso, por exemplo, de Lucélia Guimarães, pedagoga paraense que mora fora do
estado desde 2004 e atua como professora em universidade pública no Mato Grosso
do Sul. Ela teve a oportunidade de pela primeira vez conhecer Alter do Chão em
setembro deste ano e neste feriado vai viajar para Algodoal. "Foi
maravilhoso. Melhor viagem que já fiz na vida. Alter do Chão tem um bom serviço
de hospedagem, a gastronomia é maravilhosa...só achei os passeios de lancha um
pouco caros", revela.
Sobre
turismo em tempos de pandemia, ela conta que vários cuidados foram tomados.
"Tive muito medo como ainda tenho. Mas, a viagem foi pensada com muito
cuidado. Sem frequentar lugares aglomerados e fechados. Nos passeios que
fizemos, as lanchas eram exclusivas para o grupo que estava junto. Ficamos em
uma pousada reservada só para o grupo, usamos máscaras e álcool em gel
também", conta Lucélia.
O
empresário do setor, Gelderson Pinheiro, sócio da Rumo Norte Expedições,
comenta um indicativo crescente na demanda por pacotes de viagens. "Vamos
nos recuperar muito antes do que vinha sendo esperado pelo setor. A gente vem
acompanhando uma demanda crescente, estamos vendo um mercado aquecido e com
grandes expectativas para o ano de 2022".