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Crédito: Divulgação |
Desde 2020, o Parque Zoobotânico Mangal
das Garças, em Belém, desenvolve um trabalho de reabilitação com animais
silvestres mutilados. A chegada da coruja Olívia abriu as portas para outras
espécies que precisam de reabilitação para melhorar a qualidade de vida após
traumas e mutilações.
Olívia é uma coruja murucututu que
habitava o hospital veterinário da Universidade Federal do Pará (UFPA), em
Castanhal, até os cinco anos de idade. Ela foi levada para a UFPA quando
adquiriu uma deformidade na pata em função da retirada da árvore em que estava
seu ninho. Em 2020, ela passou a viver no Mangal e hoje sua história faz parte
das exposições do espaço, principalmente, nas ações de educação ambiental.
O biólogo Basílio Guerreiro conta que a
ave começou a desenvolver habilidades de voo, após as sessões e a prática de
falcoaria. "Devido a toda a misticidade envolvida em torno das corujas, o
público começou a se interessar por ela e começamos a fazer exposições diárias,
das 17h às 18h. O foco da equipe técnica é passar uma mensagem ambiental, sobre
maus tratos, tráfico de animais, desmatamento e impacto nos animais. Com
linguagem bem simples, principalmente voltada para as crianças", pontua
Basílio.
Olívia ganhou a companhia de um
periquito de asa branca que chegou ao espaço com uma necrose após ter sido
amarrado pela perna. "Foi necessário fazer a amputação, mesmo com todos os
cuidados. Hoje ele vive no borboletário, mas se relaciona bem, desenvolve bem.
Além dele chegou um maracanã-guaçu, uma espécie de arara que está quase na
faixa de risco de extinção. Também estava de posse de uma pessoa e teve um
corte nas falanges e as unhas não crescem mais", explica o biólogo.
Outras duas corujas completam o grupo de
animais mutilados que vivem no Mangal e passam por reabilitação. "A
Cecília chegou aqui com a asa machucada porque sofreu um choque de cerca
elétrica. Foi para o hospital veterinário, mas não deu para salvar a asa. Já a
Arya é uma corujinha do mato que tem só uma asa, faz passeios diários pela
manhã. Por serem animais noturnos pedimos que as pessoas fiquem em silêncio.
Eles têm humor alterado durante o dia, devido ao hábito noturno, e por isso
prezamos pela qualidade de vida", acrescenta Basílio.
O Mangal não recebe diretamente os
animais por pessoas físicas. O procedimento é feito via Batalhão de Polícia
Ambiental (BPA), via 190, ou Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (Semas). O Mangal recomenda cuidadod antes de se ter contato
humano com os animais, principalmente, filhotes de garças e outras aves.
Geralmente, eles podem estar em treinamento pelos pais e as pessoas
desconhecendo podem achar que estão em perigo.
Dúvidas podem ser encaminhadas para as
redes sociais do Mangal.