Sespa reforça prevenção de casos de raiva humana




A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) enviou nesta segunda-feira, 14, ao município de Melgaço, no Arquipélago do Marajó, 1.000 doses de vacinas antirrábicas e 300 frascos de soros antirrábicos para reforçar o trabalho de prevenção e investigação dos casos suspeitos de raiva humana. As ações se concentram na localidade de Rio Laguna, cerca de 70 km de Melgaço, onde residem aproximadamente 1.000 pessoas na comunidade. Até o momento já foram vacinadas 500 pessoas e entregues mosquiteiros para essa população.

Segundo o levantamento, são 11 casos suspeitos envolvendo crianças, com idade entre 2 e 11 anos. Destes, 4 estão internados no Hospital da Santa Casa , em Belém, sendo que 3 foram transferidos do Hospital Regional de Breves, neste final de semana. Mais 3 seguem internados no Hospital Regional de Breves, sendo um adulto. A maioria em estado considerado grave. Dos 5 óbitos que estão sendo investigados, 1 (a criança que estava internada na Santa Casa e faleceu na última sexta-feira (11), foi confirmado como positivo para raiva humana pelo Instituto Evandro Chagas (IEC). Outras coletas sorológicas foram realizadas em pacientes internados, as quais a Sespa já encaminhou para o Instituto Pasteur, em São Paulo, referência no diagnóstico de raiva.

Desde o dia 4 de maio, equipes da Vigilância Epidemiológica e Vigilância em Saúde estão no local para investigar as suspeitas, em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) e Ministério da Saúde. Todos apresentam quadro semelhante, com sinais e sintomas como febre, dispneia, cefaleia, dor abdominal e sinais neurológicos - paralisia flácida ascendente, convulsão, disfagia (dificuldade de deglutir), desorientação, hidrofobia e hiperacusia (sensibilidade a sons, principalmente agudos).

Histórico

A Sespa esclarece que casos confirmados de raiva humana no Pará não ocorrem desde 2005, quando 15 foram registrados no município de Augusto Corrêa e 3 em Viseu (nordeste paraense) – todos por transmissão de morcego hematófago.https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/images/cleardot.gif

No caso de Portel (município do Marajó), os últimos casos de raiva humana ocorreram em 2004, atingindo 15 pessoas – também todas transmitidas por morcego hematófagos, assim como os seis casos confirmados em Viseu, no mesmo ano.