A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária) acaba de aprovar a combinação de imunoterapia e quimioterapia para o
tratamento do câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC), que é o tipo mais
comum de câncer de pilmão. Corresponde a 85% dos casos. A estimativa do
Instituto Nacional do Câncer (INCA) para este ano é de 30 mil novos casos
diagnosticados no Brasil.
“Já tínhamos no Brasil a autorização do
uso de imunoterapia, mas é a primeira vez que a combinação com quimioterapia é
aprovada e isso é motivo para comemorar. Na prática, esperamos que nossos
pacientes com câncer de pulmão metastáticos vivam mais tempo com a doença
estável ou mesmo que consigamos redução da doença”, explica a oncologista
clínica Amanda Gomes, do Centro de Tratamento Oncológico.
Para a aprovação, foi utilizado como
base o estudo Keynote-189, apresentado em maio, durante o encontro anual da
Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago (EUA). O ASCO é
considerado o maior encontro de oncologistas do mundo e um dos maiores congressos
médicos entre todas as especialidades. O tema mais discutido entre os mais de
38 mil oncologistas que participaram dessa 54ª edição foi a imunoterapia. O
trabalho apresentado mostrou os resultados do uso do medicamento pembrolizumabe
associado à quimioterapia (pemetrexede e cisplatina ou carboplatina) na
primeira linha de tratamento. A combinação reduziu em 51% o risco de progressão
da doença ou morte, em comparação ao tratamento convencional, apenas com
quimioterapia.
Esse tipo de tratamento se baseia em
medicamentos que estimulam o organismo do paciente a agir contra o câncer, com
avanços notáveis. As pesquisas nesse campo cresceram muito. No momento, existem
em andamento cerca de 800 estudos de combinação de imunoterapia, o triplo do
que tínhamos há dois anos. “A expectativa é que, para esses pacientes, possamos
melhorar a sobrevida dos doentes, com um controle prolongado da doença”,
conclui a especialista.