A Advocacia-Geral da União (AGU) assinou
este ano 346 acordos em tribunais trabalhistas da 1ª Região da Justiça Federal,
número 293% maior que as 88 conciliações firmadas em 2019. O aumento das
negociações se deve à expansão do projeto conciliatório desenvolvido pela
Procuradoria-Regional Federal da 1ª Região (PRF1/AGU). Em 2018, apenas 57
acordos foram homologados pela Justiça.
Recentemente, a PRF1 concluiu a celebração de termos de cooperação técnica com os órgãos do Judiciário, disciplinando procedimentos e fluxos a fim de uniformizar e facilitar a atuação. Em geral, os acordos envolvem causas de até 60 salários-mínimos em fase de execução em que se discute a responsabilização subsidiária da Administração Pública Indireta e quando foram esgotadas as tentativas de recebimento dos trabalhadores pelas empresas contratantes.
A tendência positiva se destaca na comparação com os acordos trabalhistas em todo o país, já que, segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho, o número de conciliações homologadas reduziu de 854 mil em 2019 para cerca de 417 mil em 2020 (até o momento).
O Procurador Federal Vinícius Loureiro, da Equipe Regional Trabalhista da PRF1, ressalta a economia de recursos públicos gerada com as negociações.
“Para a realização do acordo, são necessárias concessões mútuas de parte a parte. E a contrapartida da AGU para que o particular possa se manifestar favorável é um deságio de 15%. Apenas com a aplicação desse deságio, desde o início desse projeto, em 2018, até agora, em 2020, aproximadamente R$ 1 milhão e 200 mil foram economizados aos cofres públicos”, explica.
De acordo com Vinícius Loureiro, para cada acordo celebrado, ao menos oito manifestações processuais deixam de ser realizadas. Ele lembra que, enquanto a tramitação ordinária de um processo poderia durar, em média, mais cinco anos, com a conciliação o prazo para cumprimento das requisições de pagamento é de apenas 30 dias.
“Além de promover maior integração
institucional entre a AGU, os reclamantes, advogados privados e o Poder
Judiciário trabalhista, a rotina de conciliação implantada traz benefícios principalmente
ao jurisdicionado, com a satisfação do crédito em pouco espaço de tempo”,
elogia.