Crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, afastadas do convívio familiar e que vivem em espaços de acolhimento na Região Metropolitana de Belém, estão aguardando por madrinhas e padrinhos afetivos. Não se trata de adoção, mas de responsabilidade solidária com crianças acima de sete anos de idade, que precisam de orientações sobre saúde, educação, projeto de vida e formação profissional. Para estimular o apadrinhamento afetivo, a Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude (CEIJ), do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), promoverá um curso, no próximo sábado, 27, das 8h às 12h, sobre o programa de apadrinhamento afetivo “Conta Comigo”, que surgiu em 2014, numa parceria entre os serviços de acolhimento e o Tribunal.
Os princípios do apadrinhamento afetivo são o exercício da cidadania e a responsabilidade solidária da família, da comunidade, da sociedade e do poder público para assegurar, com absoluta prioridade, direitos de crianças e adolescentes, previstos na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente. A madrinha ou o padrinho afetivo garantem a crianças e adolescentes que vivem em espaços de acolhimento novas experiências para promover o desenvolvimento e a autonomia deles e assumem o compromisso afetivo de contribuir com cuidados e atenção individualizados.
“A mesma disponibilidade afetiva dada a um afilhado da família pode ser dispensada também a um afilhado que está em uma instituição de acolhimento”, compara Rosana Barros, assistente social da CEIJ. Os técnicos deixam claro que não se trata de assumir o papel de pai, mãe ou parente próximo, mas o de tornar-se uma referência afetiva na vida de uma criança ou de um adolescente.
Diferença
O padrinho e a madrinha afetivos se incorporam, de forma especial, à comunidade que integra, as instituições de acolhimento, espaços coletivos nos quais a rotina das crianças e adolescentes é mediada por educadores, assistentes sociais, pedagogos, psicólogos, professores, cozinheiros, porteiros, motoristas, pessoal administrativo, equipe técnica do juizado, a família de origem e os colaboradores, mas há uma diferença essencial entre colaboradores e madrinhas ou padrinhos.
Os colaboradores são os que prestam serviço voluntário, fazem doação, proporcionam um passeio coletivo e recreativo a crianças e adolescentes acolhidos. Madrinha e padrinho, na concepção do Programa Conta Comigo, são pessoas que se comprometem afetivamente com uma criança ou um adolescente para desenvolver com eles uma relação duradoura de amizade.
São chamados colaboradores os que fazem doações pontuais, custeiam material escolar e cursos, promovem festas e passeios em dias comemorativos, prestam serviços voluntários relacionados à sua profissão. Para ser um colaborador basta procurar diretamente um dos serviços de acolhimento do município.
*Colaboração Ascom/TJPA