As operações da mina de ferro
S11D, da mineradora Vale, foram iniciadas oficialmente em cerimônia realizada
na área do complexo, com a presença de autoridades, em Canaã dos Carajás,
sudeste do Pará. Compareceram à cerimônia
deputados estaduais e federais,
vereadores, o presidente da Câmara Municipal de Canaã, Jean Carlos
Ribeiro; o prefeito Jeová Andrade, funcionários, executivos e o
diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira, além do ministro de Minas e
Energia, Fernando Coelho Filho - que representou no ato o presidente da
República, Michel Temer. Antes da cerimônia, o acesso à
mina chegou a ser fechado por integrantes de movimentos sociais diversos desde
as cinco da manhã. A estrada, porém, foi desbloqueada antes das 9h, com a ajuda
de forças de segurança que incluíram o Exército.
Um forte esquema de segurança foi
montado para garantir apoio ao evento e ao monitoramento do acesso à mina.
Cerca de 250 homens foram destacados para reforçar o esquema de segurança na
região de Canaã dos Carajás. O efetivo incluiu militares do Exército e também
da guarda ambiental e da empresa de segurança privada que presta serviços à
Vale.
A estrada para a S11D tem cerca
de 60 quilômetros e é o único acesso ao local da nova mina a ser aberta. São 40
minutos por estrada asfaltada. O bloqueio de manifestantes foi feito em uma das
três pontes no caminho, sobre o rio Araras, próximo à localidade de
Constantinópolis.
Investimentos
A Vale obteve a Licença de
Operação (LO) para a mina e a usina do projeto S11D no dia 9 de dezembro. O
complexo deve ser o maior projeto de minério de ferro da história da empresa e
da indústria da mineração. A mina e a usina do S11D localizadas em Canaã dos
Carajás, no sudeste do Pará, entrarão em operação comercial em janeiro de 2017.
Os investimentos totais são de
US$ 14,3 bilhões - US$ 6,4 bi, aplicados na implantação da mina e da usina e US$
7,9 bi referentes à construção de um ramal ferroviário de 101 quilômetros, à
expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e à ampliação do Terminal Marítimo
de Ponta da Madeira, em São Luís (MA).
Apenas no ramal ferroviário, que
teve atividades iniciadas no início de outubro, circularão trens com 330 vagões
carregados com minério. A estrutura da mina e da usina de processamento de
minério de ferro conta com três linhas de produção. A capacidade de
processamento é de 90 milhões de toneladas ao ano.
Inovações - Em S11D, o minério de
ferro será lavrado a céu aberto e levado da mina até a usina por meio de um
transportador de correia de longa distância (TCLD). A novidade nas operações
permitiu abolir o uso de caminhões no transporte, diminuindo custos que
tornaram mais lucrativa e eficiente a operação - além de minimizar impactos ao
meio ambiente.
A usina, os pátios de estocagem e
regularização de minério, as pilhas de estéril e canga (minério de ferro com
teor mais alto de contaminantes) e a área de manobra e carregamento de trens
foram instalados em antigas áreas de
pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás (Flona Carajás) - unidade de
conservação que a Vale mantém desde 1988.
A Flona tem 412 mil hectares.
Mesmo depois da implantação do S11D, só 4% terão sofrido interferência pelas
atividades de mineração desde que a Vale se instalou na região, há 30 anos. O
empreendimento recebeu este nome a partir da sua localização: trata-se do bloco
D do corpo S11 do complexo de exploração mineral, que fica na Serra Sul da
grande região de Carajás.
Na Serra Norte, está a Mina de
Carajás, em operação desde 1985, situada em Parauapebas, município vizinho a
Canaã dos Carajás. O potencial do corpo S11 é de 10 bilhões de toneladas de
minério de ferro, sendo que só o bloco D, a chamada mina S11D, possui reservas
de 4,24 bilhões de toneladas.
As primeiras sondagens na região
datam dos anos 1970. A licença prévia de exploração da S11D saiu em junho de
2012. Um ano depois, foi emitida a Licença de instalação. A vida útil da mina
está estimada em 48 anos.
Nos últimos 12 anos, mais de R$ 1
bilhão já foram destinados ao município de Canaã dos Carajás, contabiliza a
Vale - incluindo, entre 2004 e 2016, pela operação da mina de cobre do
Sossego, investimentos sociais e
pagamentos de Imposto sobre Serviços (ISS) e a Contribuição Financeira pela
Exploração de Recursos Minerais (CFEM).