Muito mais do que um clássico do futebol paraense


Foto Agência Pará

Belém, Flor do Grão-Pará. Da Belle Époque, como era conhecida no período da borracha. Cidade das Mangueiras. Palco que reúne mais de 2 milhões de pessoas movidas pela fé no Círio de Nazaré. Mas, a grande capital da Amazônia, não é feita só de religiosidade ou de períodos da modernidade, ela respira futebol como nenhuma outra capital.

Neste domingo (12), será realizado no Mangueirão, o primeiro clássico do ano, o duelo entre os dois maiores clubes da Região Norte, confronto que envolve o Clube do Remo e o Paysandu Sport Club, mais conhecido como RexPa. Juntos já realizaram mais de 700 partidas, tornando o clássico mais jogado do mundo.

Remo e Paysandu são considerados o orgulho dos torcedores paraenses e sempre levam multidões a seus estádios. No entanto, os principais atores desta peça futebolística são as torcidas que independentes de época ou fase dos times, comparecem em peso para apoiar seus times e protagonizar um verdadeiro espetáculo grandioso nas arquibancadas. O torcedor canta, sofre, grita, comemora, extravasa todos os sentidos reprimidos e chora de raiva ou de felicidade.

De um lado o Fenômeno Azul e do outro a Fiel Bicolor, nomes dados para os respectivos clubes. Além de terem as maiores torcidas da região, os jogos entre Remo e Paysandu são admirados pelo grande público mesmo quando não está em boa fase. Da inveja até nas maiores torcidas dos grandes clubes do Brasil.

Em semana de clássico, o clima mudo entre as pessoas, pelas ruas, nas escolas, no trabalho, no ônibus, nas conversas em filas de supermercados ou em bares só se fala em uma coisa: Quem ganhará no domingo? Isso só será decidido em campo, dentro das quatro linhas. Na verdade, toda essa brincadeira e rivalidade é o que dá sentido no futebol, não só paraense, mas nacionalmente. É uma relação de amor e ódio.

Seja qual for o vencedor, entre o Remo e Paysandu, é um jogo que emociona, tanto quem está dentro como fora de campo, clássico que mobiliza os paraenses em toda parte do Estado. A partida é um ícone tão importante quanto à riqueza natural, bem como a culinária, os patrimônios históricos, as manifestações artísticas ou festas religiosas.


* Bianca Rodrigues/Aluna do Curso de Comunicação da Estácio