O rádio como suporte sonoro para
a relação com o mundo expondo esforços de constituição de si, como quem está em
combate por permanecer. "Não se
trata da permanência do sobrevivente, e sim do que luta por outras formas do
viver, sobretudo, a forma do viver artista", afirma Paulo Meira, artista
pernambucano convidado desta edição do Café Fotográfico, nesta segunda,
dia 22, às 19h, na Associação Fotoativa. O artista vai apresentar uma seleção
de obras realizadas nos últimos 20 anos, em diversas linguagens e suportes, seja
escultura, vídeo, performance, fotografia, pintura, áudio. Durante a fala serão exibidas imagens e
projeções de vídeos, a partir de uma abordagem norteada pelos conceitos de
permanência.
O rádio tem para o artista uma
importância de afeto. “Cresci escutando rádio”, conta Paulo, que nasceu na
pequena cidade de Arcoverde, no interior de Pernambuco. Essa relação foi
transformada pela arte, na experimentação do artista com a linguagem do rádio,
em 2001, em videoperformances de interferências com rádio. Isso se reforçou
durante a residência artística Poema aos Homens do nosso Tempo, no Instituto
Hilda Hilst/Ateliê Aberto Arte Contemporânea, em 2013, em que teve contato com
as gravações feitas por Hilda, em momentos de isolamento da escritora.
“Não conhecia essas escutas plugadas de Hilda, e que depois me inspiraram para pensar programas de rádio”, diz Paulo. Em 2014, recebeu o Prêmio Marcantônio Vilaça-Funarte e em 2015 o prêmio Bolsa Funarte de Estímulo a Produção em Artes Plásticas, em que produziu e circulou com a mostra Mensagens Sonoras, que esteve também no MAMAM- Museu de Arte Moderna Aloízio Magalhães, Recife-PE. Neste trabalho foi possível ver a tecnologia e o símbolo do rádio.
“Não conhecia essas escutas plugadas de Hilda, e que depois me inspiraram para pensar programas de rádio”, diz Paulo. Em 2014, recebeu o Prêmio Marcantônio Vilaça-Funarte e em 2015 o prêmio Bolsa Funarte de Estímulo a Produção em Artes Plásticas, em que produziu e circulou com a mostra Mensagens Sonoras, que esteve também no MAMAM- Museu de Arte Moderna Aloízio Magalhães, Recife-PE. Neste trabalho foi possível ver a tecnologia e o símbolo do rádio.
As performances radiofônicas
foram então inspiração para o projeto Catimbó, de implantação de rádios
comunitárias com conteúdo exclusivamente voltado para a Arte e a Educação. Com
um nome originário da matriz africana, que significa magia em que várias
crenças se encontram, o projeto está em fase de implantação por meio de parcerias
com museu Bispo do Rosário (RJ) e da Usina de Arte (PE).
“São rádios independentes que veiculam arte, implantadas em comunidades com problemáticas sociais: um contraponto com a evangelização que realmente ocorre nessas áreas.
O nome do projeto é uma forma de aproximar e quebrar a mística em torno de religiões de matriz africana”, comenta o artista. Na comunidade de Pernambuco, segundo Paulo, são visíveis os impactos dessa colonização religiosa europeia e a economia da indústria da cana sobre a cultura dessas gerações.
“São rádios independentes que veiculam arte, implantadas em comunidades com problemáticas sociais: um contraponto com a evangelização que realmente ocorre nessas áreas.
O nome do projeto é uma forma de aproximar e quebrar a mística em torno de religiões de matriz africana”, comenta o artista. Na comunidade de Pernambuco, segundo Paulo, são visíveis os impactos dessa colonização religiosa europeia e a economia da indústria da cana sobre a cultura dessas gerações.
A ideia é dar suporte para que
essas comunidades façam a gestão da rádio, “Pensei muito neste projetos para os
interiores aqui do Pará”, afirma Paulo, que irá realizar o projeto em cidades
paraenses.