HRBA e Galileu são primeiros hospitais públicos do Brasil a conquistarem selo 'Materiality Disclosures', da GRILM



O Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém (PA), tornou-se o primeiro hospital público do Brasil a obter o selo 'Materiality Disclosures', emitido pela Global Reporting Initiative (GRI). O Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), em Belém (PA), foi o segundo hospital público do País a conquistá-lo. As duas unidades são gerenciadas pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar.

O selo da GRI é uma das mais importantes certificações globais dirigidas a entidades, organismos, empresas e instituições que focam suas ações para atuarem com práticas que minimizem impactos ambientais, econômicos, sociais e colaborem para o desenvolvimento sustentado em todo o planeta.  No Brasil, apenas três hospitais possuíam este selo emitido pela GRI. Em todo o mundo, eram apenas 15 as unidades hospitalares.

Entidade sem fins lucrativos, a GRI é uma organização não governamental composta por uma rede multistakeholders. Fundada em 1997 pela Ceres e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a GRI produz a mais abrangente estrutura para relatórios de sustentabilidade do mundo , proporcionando maior transparência na prestação de contas.

O HRBA e o HPEG lançaram os relatórios da GRI no estande da Pró-Saúde na Hospitalar, nesta quarta-feira, 17/5. O diretor-geral do HRBA, Hebert Moreschi, e o diretor-geral do HPEG, Saulo Mengarda, foram homenageados pelo diretor de Desenvolvimento da Pró-Saúde, Danilo Oliveira da Silva, e pelo diretor de Operações da entidade, Jocelmo Pablo Mews.

HOSPITAIS

Gerenciado pela Pró-Saúde sob contrato de gestão firmado com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o HRBA atende casos de média e alta complexidades e presta serviço 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No Norte do País, o hospital avança em serviços de saúde, com a implantação de programas de transplantes renais, cirurgias cardíacas e bariátricas e a consolidação do tratamento oncológico. A unidade atende a uma população estimada em mais de 1,1 milhão de pessoas residentes em 20 municípios do oeste do Pará.

Atualmente, os relatórios produzidos de acordo com as diretrizes GRI são considerados os mais completos do mundo. Para obter o selo, o HRBA elaborou seu primeiro relatório de sustentabilidade, tomando como base o ano de 2015. Nele, reportou todo o desempenho da unidade na área ambiental, social, econômica e assistencial. Já o HPEG, tomou como referência o ano de 2016.

Depois de concluídos, os relatórios de sustentabilidade ainda precisaram ser avaliados: foram enviados para aprovação em Amsterdã, na Holanda, onde fica a sede da GRI. 'O relatório contribui para uma visão de transparência. Falar de sustentabilidade também é falar de transparência nos hospitais. É, também, trazer alguns temas que muitas vezes não são trabalhados no dia a dia, como corrupção, conflito de interesse, direitos humanos e relações com a comunidade. O relatório propõe que se faça isso', explica o consultor da Pró-Saúde, Rodrigo Henriques, que auxiliou na construção dos relatórios dos hospitais.

O processo de geração do relatório inclui captação de informações, indicadores e pesquisas de opinião com os chamados stakeholders - diversos públicos interessados, envolvidos e impactados pelas atividades do hospital, entre parceiros institucionais, usuários, fornecedores e outros. Mais de 700 formulários de pesquisa foram preenchidos para construir o relatório de sustentabilidade do Hospital Regional de Santarém, com base nos seus temas de interesse diversos. O Hospital Galileu aplicou 246 formulários.

'Esse relatório demonstra à sociedade as atividades desenvolvidas pelo hospital em todos os seus aspectos de funcionamento. E, mais que isso, é uma demonstração clara do compromisso que o Hospital Regional do Baixo Amazonas e a Pró-Saúde têm com os princípios de boas práticas de governança corporativa, sendo eles a transparência, prestação de contas, responsabilidade corporativa e equidade, bem como com o compromisso em desenvolver a nossa região. Ele aponta os aspectos fortes, mas, também, indica caminhos a seguir', diz o diretor-geral do HRBA, Hebert Moreschi.

'No Hospital Galileu, a sustentabilidade surgiu oficialmente na revisão do planejamento estratégico do ano de 2016. Na época, ela foi inserida como um de nossos princípios institucionais, sendo tratada de forma planejada. Para isso, foi desenvolvido um plano de ação específico e participativo. Com essa mudança de comportamento, todos saem vencedores e se sentem parte do projeto. É isso que buscamos, e é nisso que acreditamos, tendo a sustentabilidade como um forte aliado na busca deste objetivo', conta do diretor-geral do HPEG, Saulo Mengarda.

Por meio do relatório de sustentabilidade, os hospitais ganham um poderoso instrumento para redução de riscos e de impactos, já que o documento aborda os mais diversos pontos, detalhados com informações precisas. Bem como, promove a transparência e facilita o acesso à informação, possibilitando assim, uma visão ampliada e profunda dos processos realizados nas unidades. Outra vantagem é o mapeamento dos custos de operação, o que permite otimizar processos, reduzir gastos e melhorar resultados. Com os dados gerados pelo relatório, é possível traçar metas e verificar andamento de etapas.

Os documentos elaborados pelas unidades contam com quase 60 páginas e foram produzidos pela equipe de Comunicação da Pró-Saúde. 'O desafio foi muito grande. Nunca tínhamos produzido relatório de sustentabilidade nesse padrão, mas tentamos criar algo que transpassasse esse momento que as unidades estão vivendo, com um olhar mais maduro para a sustentabilidade e para como isso transforma a vida das pessoas', conta o assistente de Comunicação, José Silva, responsável pelo projeto gráfico e diagramação.

Excelência

Para o diretor de desenvolvimento da Pró-Saúde, Danilo Oliveira, os relatórios de sustentabilidade são um passo significativo para a gestão realizada pela entidade em hospitais brasileiros. 'Assim, estamos facilitando o acesso às informações sobre a instituição que gerenciamos, ampliando a transparência das ações e, principalmente, reforçando o processo de governança corporativa, já que passamos a ser avaliados externamente. E, isso, demonstra o compromisso que temos com uma saúde pública de excelência'.