Após a confirmação de 11 casos de
raiva animal em municípios paraenses, de janeiro a maio deste ano, provenientes
de morcegos, representantes do Ministério da Saúde estão em Belém, durante esta
semana, para reunir com a Secretaria de Estado de Saúde do Pará - Sespa,
Instituto Evandro Chagas e Adepará para ouvir suas experiências e limitações e
dar apoio ao Estado no que for necessário para o combate à doença.
Nesta terça-feira (16), a reunião
foi com o Instituto Evandro Chagas (IEC), em Ananindeua. Os representantes do
Ministério da Saúde visitaram o Instituto e checaram as condições de realização
do dianóstico da doença, conheceram as instalações locais, laboratórios e
avaliaram positivamente o local. “Viemos para ouví-los, dar o apoio técnico,
ajudar na compra de insumos, melhorar o diagnóstico da doença, buscar
assistência, fazer a profilaxia e auxiliar no que mais for necessário para
tornar o trabalho do Instituto cada vez melhor”, disse Alexander Vargas,
técnico da coordenação geral de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde.
Hoje o Instituto Evandro Chagas é referência no país em diagnóstico de diversas
doenças transmissíveis, inclusive a raiva.
Uma preocupação da Secretaria de
Estado de Saúde do Pará (Sespa) é a vacinação de animais, que hoje está abaixo
da meta do Estado. “A média nacional é de 80% de animais vacinados, mas no Pará
buscamos os 90%. Em Belém 73% dos animais foram vacinados e nos municípios do
interior apenas 62%. Precisamos melhorar esses números e incentivar os donos de
cães e gatos sobre a importância da vacinação”, declarou Alberto Begot,
coordenador estadual do Programa de Controle de Raiva. A última ocorrência de
raiva no Pará foi em 2005,proveniente de ataque de morcego, em 2002 por mordida
de cão e em 1994 por mordida de gato.
“Outra grande preocupação nossa é
em relação ao contato que tratadores e donos de animais tem com eles. Em
algumas situações, entram em contato com a saliva do animal e podem contrair o
vírus dessa forma”, comentou Begot.
A responsável pelo laboratório de
raiva do IEC, Elisabeth Salbe, alerta para os sintomas da doença. “Os sintomas
da doença são diferentes de acordo com o animal por qual a pessoa foi mordida.
No caso de morcegos, a ocorrência de paralisias é maior, podendo a pessoa
deixar de andar e sofrer constantes quedas. Já quando a mordida for por cão ou
gato, a vítima tem mudança de comportamento, fica em constante excitação
nervosa, confusão mental e tem hipersensibilidade a luz”, explicou.
Elisabeth comemorou a visita de
representantes do Ministério da Saúde. “Hoje nós somos referência, e isso nos
faz atender não só o Pará como outros municípios e estados do país, o que
muitas vezes nos sobrecarrega. Esperamos que após essa visita, possamos ter
ainda mais apoio do Ministério para surprir as nossas demandas.
Cuidados – Após ter sofrido um
ataque de morcego, a pessoa deve se dirigir imediatamente a um posto de saúde
para fazer as vacinas e seguir adequadamente o tratamento. No caso de ser
mordido por cão ou gato, a vítima deve lavar o ferimento e acompanhar o
aniimal. Se o mesmo apresentar boa saúde não é necessária a vacina.