Pará é destaque na produção de frutas cítricas

 
Foto: Agência Pará

 O Pará está entre os estados brasileiros que mais produzem frutas cítricas e o primeiro a receber o título de Área Livre de Cancro Cítrico. O reconhecimento oficial veio do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio das resoluções nº 1 e nº 6, de março deste ano. Para manter esse status, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) realiza um trabalho frequente com os produtores de acompanhamento, monitoramento e combate às pragas nas plantações.

O Pará possui atualmente dois polos citrícolas e áreas livres de Cancro Cítrico: a microrregião de Capitão Poço, englobando os municípios de Capitão Poço, Garrafão do Norte, Irituia, Nova Esperança do Piriá e Ourém; e Monte Alegre, juntando os municípios de Alenquer, Belterra, Mojuí dos Campos, Prainha e Santarém.

Na última semana, na comunidade de Santa Luzia do Induá, município de Capitão Poço, uma equipe da Adepará se reuniu com associações de produtores rurais e representantes da superintendência do Mapa, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). A reunião objetivou discutir as ponderações da Instrução Normativa 48 de produção de mudas que entra em vigor a partir de setembro deste ano.

Segundo dados da Diretoria de Defesa Vegetal da Adepará, o plantio de citros acontece em 920 propriedades rurais paraenses, totalizando uma área plantada de aproximadamente 15 mil hectares. Os municípios de Capitão Poço e Monte Alegre são os maiores produtores no Estado de laranja e limão.

De acordo com o diretor geral da Adepará, Luiz Pinto, a certificação como Área Livre de Cancro Cítrico foi possível devido ao rigoroso trabalho da Adepará junto aos produtores, atendendo as normativas do Ministério. “Viabilizamos recursos para a adequação de ambientes produtivos, assim como fizemos o monitoramento sistemático de pragas e a fiscalização de trânsito, de materiais propagativos e de frutos. Com o reconhecimento de área livre de doenças a produção orgânica no Estado será reforçada”, apontou.

O cancro cítrico é uma praga que ataca todas as variedades e espécies de citros e é considerada umas das mais graves doenças dessa cultura. Altamente contagiosa, a bactéria é resistente e consegue sobreviver em diversos ambientes por vários meses. Por tratar-se de uma praga quarentenária, o comércio de frutos cítricos e seus derivados é regulamentado por legislação internacional e a não adoção de medidas de exclusão/erradicação impede o comércio para países livres do patógeno.

Defesa fitossanitária - Para o diretor de Defesa Vegetal, Ivaldo Santana, com o reconhecimento e a manutenção da condição fitossanitária (conjunto de medidas adotadas pela agricultura a fim de se evitar a propagação de pragas e doenças) pelo Mapa, o Pará pode comercializar as frutas para outros países, pois o documento atesta a sanidade desses produtos. “Já temos produtores que estão exportando laranja e limão para cidades da Europa. Isso só vem fortalecer o mercado de Citros do Pará para o resto do Brasil e do mundo”, destacou.


De acordo com ele, para obter o status de área livre de cancro cítrico, a Adepará cumpriu medidas exigidas pelo Mapa, entre elas, o cadastramento de todas as propriedades e áreas produtoras rurais de citros dentro dos municípios que compõem a área livre, dados climatológicos, levantamento de detecção da praga em propriedades cadastradas, plano de emergência para caso ocorra o aparecimento da praga dentro da área livre, reforço das barreiras sanitárias e detalhamento do fluxo da produção.