Uma equipe da Gerência de Educação Sanitária da Agência de Defesa
Agropecuária do Pará (Adepará) realizou, todas as sextas-feiras do mês de
julho, no Terminal Hidroviário de Belém, ações educativas sobre o transporte de
frutos hospedeiros de pragas. Mais de 5 mil pessoas que passaram pelo terminal
no período de férias, entre passageiros e tripulantes, foram orientadas sobre
os cuidados com os frutos transportados.
Durante a ação foram abordados temas como a Mosca da Carambola, Ácaro
Vermelho, Raiva e Peste Suína. Nesta sexta-feira, 28, a equipe do posto fiscal
da Adepará na Companhia de Docas do Pará (CDP), também esteve presente para
orientar os passageiros provenientes de regiões consideradas zonas de risco,
como Baixo Amazonas, Marajó e o Estado do Amapá.
Segundo o gerente de educação sanitária da Adepará, Rafael Haber, o
objetivo é atuar de forma preventiva, para que as pragas não entrem em
território paraense. “Muitos ainda não têm conhecimento dos riscos de
transportar frutas hospedeiras de pragas. Estamos aqui para falar sobre a
importância da defesa sanitária, para que pragas não adentrem o nosso estado,
como a mosca da carambola, que pode prejudicar a nossa fruticultura”, alertou.
A dona de casa Maria Lúcia Azevedo, veio de Macapá passar o último fim
de semana de férias com a família, que mora em Belém. “Não sabia que não podia
desembarcar em Belém com frutas de Macapá. Essa ação é fundamental para que
possamos saber o que podemos ou não transportar. Gostei muito“, elogiou.
O objetivo é fazer com que essa ação seja realizada constantemente no
terminal. “Percebemos que muitas pessoas ainda não conhecem a importância de
não desembarcar com frutos, principalmente porque se o mesmo for pego entrando
com frutos provenientes de zona de risco, ele pode levar multa”, destacou
Rafael.
Durante a ação, a equipe da Adepará alertou principalmente sobre a praga
conhecida como Mosca da Carambola, existente nos municípios que fazem parte da
rota das embarcações que desembarcam no terminal. Com o nome científico de
Bactrocera carambolae, a mosca da carambola é considerada uma ameaça à
fruticultura mundial.
Ela ataca várias espécies frutíferas, como carambola, manga, caju,
laranja, tangerina e jambo vermelho. Os danos causados podem ser observados
diretamente nos frutos, onde os insetos depositam os ovos. As larvas perfuram e
consomem a polpa, tornando-os impróprios para o consumo. A praga também induz à
maturação precoce, queda e apodrecimento do fruto, reduzindo a produção.
Os prejuízos podem causar forte impacto socioeconômico, já que a
fruticultura nacional tem grande relevância para a economia do país, com
diversos produtos na pauta de exportação. A praga ainda dificulta a exportação
de frutas e requer o aumento do uso de agrotóxicos, o que encarece a produção e
afeta o meio ambiente.