Vazio sanitário da soja vai até setembro em sete municípios



A primeira etapa do período conhecido por "vazio sanitário da soja" começou em 15 de julho e se estenderá até 15 de setembro nos municípios de Conceição do Araguaia, Redenção, São Félix do Xingu, Parauapebas, Marabá, Itaituba e Altamira (Distritos de Castelo dos Sonhos e Cachoeira da Serra). Nesse período, os produtores rurais estão proibidos de cultivar o grão.

O vazio sanitário é um período que varia entre 60 e 90 dias sem plantas vivas de soja na entressafra. Essa medida visa principalmente reduzir a sobrevivência do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática da soja, capaz de trazer prejuízo de até 70% na produção. A fim de minimizar a possibilidade de proliferação da doença para a próxima safra, implantou-se o vazio da soja. Dessa forma, sem a planta em campo, o fungo não tem como proliferar.

O Pará é o único estado que tem três etapas de vazios da soja, devido às condições climáticas. Para fiscalizar o vazio, diversas equipes da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) visitam as fazendas com plantação de soja para verificar se há presença de planta viva. Se houver, o produtor rural é alertado sobre a legislação, e um prazo é determinado para a retirada do vegetal. O cumprimento do vazio da soja é obrigatório. Caso o produtor não cumpra a Portaria 911/2017, da Adepará, poderá ser multado em até R$ 10 mil.

Atualmente, o Pará possui 733 propriedades, com 1.640 unidades produtivas de soja cadastradas em 29 municípios. Segundo o gerente de Programas de Pragas de Importância Econômica da Adepará, Wilson da Silva, os sojicultores do Estado estão conscientes e muito bem informados sobre a importância dessa medida. “Muitos já fazem a destruição das plantas voluntárias e tigueras - plantas originárias dos grãos caídos no solo durante a colheita - e não plantam dentro do período do vazio sanitário”, explicou.

Estratégia - O vazio sanitário é uma estratégia adicional no manejo da ferrugem asiática da soja, que objetiva reduzir a presença do fungo para a safra seguinte. É uma medida fitossanitária, que orienta a eliminação do hospedeiro - a soja - para diminuir a incidência do fungo causador da doença, que provoca queda das folhas e prejudica a formação dos grãos, reduzindo drasticamente a produtividade das lavouras.

Os primeiros sintomas aparecem na forma de pequenas pontuações angulares, de coloração cinza-esverdeado, na face superior das folhas, as quais podem ser observadas contra o sol. Na face inferior, observam-se pequenas pontuações salientes, de coloração castanho claro, variando para castanho escuro.



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