Reunidos em um auditório no centro de São Paulo, mais de 100
investidores, grandes empresas, tradgins, brasileiras e internacionais,
conheceram o projeto da Ferrovia Paraense, o maior do segmento de logística do
Governo do Pará e um dos maiores do Brasil.
Empresas ligadas ao setor de transportes e exportação, além da
construção civil, como Concremat/ CCCC, Ecovias, Russian Higways, Siemens,
Camargo Correia, Cargill, Glencore, Vale, Norsk Hydro, Porto São Sebastião, VLI
Logística, DTA Engenharia e Construcap Engenharia, entre outras, enviaram
representantes ao encontro. Entre os estrangeiros estavam empresários da
Itália, China, Rússia e Japão.
Além delas, órgãos e instituições governamentais e não governamentais,
como a Associação Brasileira de Logística (Abralog), a Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (Fipe), Associação Brasileira da Indústria Ferroviária
(Abifer), Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab), Instituto de Engenharia e Associação Nacional de
Transportadores Ferroviários, participaram do encontro.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará,
Adnan Demachki, apresentou o projeto aos investidores, acompanhado do
secretário de Transportes, Kléber Menezes; do presidente da Associação
Comercial do Pará (ACP), Fábio Lúcio; do presidente da Federação do Comércio do
Pará, Sebastião Campos, e do vice-presidente da Federação das Indústrias do
Estado (Fiepa), José Mendonça.
As maiores preocupações dos investidores eram quanto à instabilidade
econômica e política do país, licenciamentos ambientais e entraves sociais no
trajeto da ferrovia e sobre a capacidade do Porto de Vila do Conde, em
Barcarena, para receber o material transportado. “Vivemos há anos no Pará uma
intensa estabilidade econômica, política e jurídica e, acredito, o país também
caminha nesse rumo”, disse o secretário Adnan Demachki.
Viabilidade – Quanto aos licenciamentos ambientais e entraves sociais e
jurídicos no trajeto da Ferrovia Paraense, Adnan apresentou documentos
mostrando que o empreendimento não passa por áreas indígenas ou quilombolas,
nem florestas densas. Kléber Menezes, por sua vez, tranquilizou os empresários
quanto à capacidade do Porto de Vila do Conde, em Barcarena, para receber as
milhares de toneladas de carga a serem transportadas pela ferrovia. “Vila do
Conde já está sendo preparado para receber a carga máxima da ferrovia com a
ampliação de sua capacidade portuária e a criação de mais um terminal de
múltiplo uso”, disse.
“Além disso, já foi apresentado ao Ministério dos Transportes um
Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para serviços de dragagem no
Canal do Quiriri, que dá acesso ao porto, aumentando seu calado de 14 para até
18 metros, o que vai possibilitar a passagem de navios de altíssimo porte”,
garantiu Kléber Menezes. O secretário adiantou ainda que há projetos para que a
área de operações do porto seja aumentada, abrangendo ainda o município de
Abaetetuba.
Adnan Demachki encerrou o encontro anunciando em primeira mão a
assinatura de termos de compromisso que já garantem a Ferrovia Paraense como
viável, do ponto de vista de carga. “A Vale, maior empresa de exploração de
minérios do Brasil, nos autorizou a anunciar que vai participar do projeto da
Ferrovia Paraense, transportando parte de sua carga, cujo quantitativo está em
estudos pela empresa. Além dela, a Norks/Hydro, empresa norueguesa, assinará
termo de compromisso de carga com algo em torno de cinco milhões de
toneladas/ano, cujo documento será formalizado no dia 18 de agosto, na
audiência pública da ferrovia em Paragominas”, concluiu Adnan.
Ligação – ?A Ferrovia Paraense vai cortar a porção oriental do Estado de
sul a norte em 1.316 quilômetros, devendo se conectar com a Ferrovia Norte-Sul
permitindo que esta chegue até o Porto de Barcarena, na região metropolitana de
Belém, o mais próximo dos principais mercados consumidores do Brasil – China,
Europa e Estados Unidos.
?O custo do projeto é estimado em R$ 14 bilhões, considerando
investimentos na construção da própria ferrovia e de entrepostos de carga. ?O
licenciamento ambiental já está sendo conduzido por órgãos estaduais, com
chance de o vencedor do certame assinar o contrato de concessão com a licença
em mãos. Também já foi feito o mapeamento de desapropriações de 770 imóveis ao
longo da ferrovia.
A possibilidade de coligação da Ferrovia Paraense com a Norte-Sul, num
trajeto de apenas 58 quilômetros entre Rondon do Pará (PA) e Açailândia (MA),
abre caminho para uma nova alternativa de escoamento de carga em um porto
paraense, e é um dos atrativos do projeto para a iniciativa privada. A Ferrovia
Paraense cruzará 23 municípios do Estado e terá capacidade de carga de até 170
milhões de toneladas por ano.