SURTO DE CHIKUNGUNYA NA UNIDADE DE SAÚDE EM ANANINDEUA





No município de Ananindeua, na Unidade de Urgência e Emergência do bairro do Paar, está ocorrendo um surto de Chikungunya entre os funcionários. Os primeiros funcionários detectados com sinais da doença há cerca de dois meses, alguns no momento sem vínculo empregatício com o município em decorrência da demissão em massa de funcionários, mas que continuavam a prestar serviço na unidade na época que os sintomas iniciaram, ainda sofrem com as sequelas da infecção. A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e apesar de apresentar sintomas semelhantes com doenças como Dengue e Zika, como dor de cabeça, febre, dores musculares, se diferenciam das mesmas pelo acometimento das articulações e dores mais intensas nesses locais. Além disso, os sintomas da Chikungunya se estendem por meses e, em alguns casos, por anos, prejudicando a produtividade e qualidade de vida da pessoa infectada.

Segundo denúncias das pessoas que transitam pela unidade, há focos e criadouros dos mosquitos em torno do prédio que está abandonado pela gestão municipal e a unidade não possui funcionário para realizar o serviço de limpeza há meses, trabalho que tem sido realizado de forma esporádica por pessoas da própria direção com receio de denúncias dos usuários e funcionários.

Após a notificação dos casos suspeitos dos funcionários, as amostras de sangue foram enviadas para o LACEN/PA (Laboratório Central do Estado do Pará), que é responsável pela análise de casos suspeitos de Dengue, Zika e Chikungunya do município de Ananindeua, sendo que os funcionários foram informados pelo laboratório de coleta que o prazo para o resultado dos exames seria de 30 dias. Porém, entre os doentes, já foi confirmado através de exame realizado em laboratório particular, a doença Chikungunya em um funcionário. Apesar da vigilância epidemiológica, e coordenação de endemias terem sido alertadas em relação à confirmação da doença, nada foi feito até o momento para tentar eliminar os focos de mosquitos no prédio da unidade. Há, ainda, informação entre os próprios funcionários doentes que a UBV (Unidade de Borrifação de Veneno) do município se encontra parada por falta de veículo e materiais.

Os demais funcionários continuam trabalhando no local utilizando inseticidas e repelentes com receio de contrair o vírus da Chikungunya dentro da unidade, que funciona 24 horas através de escalas de plantões de 12 horas de trabalho. Enquanto isso, o município se ampara na demora dos resultados dos exames do LACEN para justificar sua inoperância, ignorando o alerta da confirmação da doença entre os doentes através de exame em laboratório privado, colocando em risco a saúde dos demais funcionários da unidade e da própria população.


A gravidade do caso ainda ganha maiores proporções pelo risco de epidemia da doença, levando em consideração que os usuários que procuram atendimento de urgência podem contrair o vírus enquanto transitam pela unidade, e a partir disso, funcionarem como fontes de infecção para mosquitos, disseminando a doença no bairro e no município que já possui o título de pior cidade em saneamento do país.