Iniciou neste sábado, 24, o prazo que o
Governo do Estado deu para que a mineradora Hydro Alunorte adote procedimentos
e mecanismos seguros ambientalmente, a fim de que as bacias de resíduos da
empresa baixem os níveis em pelo menos um metro – o que é definido tecnicamente
como padrão de segurança com comprovação permanente da redução e manutenção dos
níveis.
Uma equipe de fiscalização da Secretaria
de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) está no município para
fazer o monitoramento dos níveis das bacias do sistema de tratamento dos
rejeitos da Bauxita. "Vamos montar equipes para, de duas em duas horas,
avaliar o nível das bacias. Em caso de chuva o monitoramento será feito de uma
em uma hora", explicou Rejiane Santos, geóloga da Diretoria de Licenciamento
Ambiental da Semas.
De acordo com Elvis Barreto, agente de
fiscalização da Semas, foi percebido que, de quinta-feira para cá, já houve
diminuição no nível da bacia.
A geóloga da Semas também informou que a
empresa recebeu, neste sábado, outra notificação com a solicitação de alguns
itens: a garantia de distribuição de água para as comunidades que foram
contaminadas; indicar representantes para acompanhar as vistorias que passarão
a ser realizadas diariamente; imagens das câmeras do dia do incidente para
saber o que houve de fato; e um diagnóstico ambiental da área (de solo e da
água - superficial e subterrânea).
Caso isso não ocorra até a próxima
segunda-feira, 26, o Estado tomará outras medidas, que já estão sendo estudadas
pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
Ações - O trabalho integrado entre o
Governo do Estado e a prefeitura de Barcarena segue durante todo o fim de
semana nas comunidades de Bom Futuro, Vila Nova e Bujaruba, que estão
localizadas próximas à mineradora. Equipes da Defesa Civil Estadual e da
prefeitura continuam entregando os garrafões de água potável aos moradores.
A distribuição de água potável é uma das
medidas emergenciais determinadas pelo Grupo de Trabalho do Governo do Estado à
mineradora Hydro Alunorte. Composto por vários órgãos do Estado para atuação
conjunta e integrada, o grupo tem como foco principal a saúde das pessoas das
comunidades próximas do local e do meio ambiente, realizando ações imediatas e
monitoramento permanente, além de solicitar a tomada de medidas preventivas,
por conta do alto volume de chuvas nesse período.
Cerca de 400 famílias foram cadastradas
pela Secretaria de Assistência Social do município. Esse número, segundo a
Defesa Civil estadual, pode aumentar. “Se a família estiver em um local onde
exista probabilidade de ter sido afetado, pedimos que procure imediatamente a
secretaria para se cadastrar. Pedimos que não usem a água das torneiras nem
para banho nem para consumo”, orienta o major Thiago Carvalho, coordenador da
Divisão de Operações da Defesa Civil do Estado.
A Defesa Civil ratifica ainda a
necessidade da população procurar um posto médico se aparecerem sintomas como
pele queimada e mal estar, pois podem ser indícios de contaminação. “É
importante que as pessoas atendam a este pedido, pois ajudará no monitoramento
desta situação”, pontua major Thiago.