A percepção de que as mangueiras
ajudam a amenizar o calor em Belém foi comprovada em uma pesquisa conduzida
pela Estácio Belém. Após dez meses de análises, o grupo já tem dados
preliminares mostrando que a temperatura em áreas arborizadas da cidade pode
ser até 2,5ºC menor que nas áreas sem vegetação.
Seis estudiosos do curso de
Engenharia Sanitária e Ambiental conduzem a pesquisa desde agosto do ano
passado, com pontos de medição nos bairros de Nazaré, São Braz e Marco. “Já
começamos a detectar a influência da vegetação em alguns parâmetros ambientais,
principalmente quando se fala de microclima local. Analisando os dados,
começamos a perceber que o papel da arborização é fundamental porque minimiza o
efeito do que a gente chama de ilha de calor urbano”, conta o professor
Maurício Castro da Costa, orientador do grupo que conduz a pesquisa.
A equipe de estudiosos faz
medições por 24 horas a cada mês nos três pontos utilizando termo-higrômetros –
equipamentos que coletam dados pontuais de temperatura e umidade do ar. Os
resultados mostram que o bairro de São Braz, o menos arborizado, é o que
registra as maiores temperaturas, especialmente no intervalo entre 12h e 15h,
período de maior radiação solar.
Segundo Costa, o estudo deve se
prolongar por mais um ou dois anos, reunindo dados mais consistentes não apenas
sobre as variações pontuais de temperatura, mas principalmente sobre a variação
sazonal, mostrando as modificações climáticas nos períodos mais e menos
chuvosos. “A ideia é, ao final do ano, apresentar os dados preliminares à
Prefeitura de Belém para mostrar aos tomadores de decisão que a arborização é
fundamental em qualquer centro urbano”, completa o professor.