Projeto do "banheiro ecológico ribeirinho" chama atenção




Fazer com que a sociedade relacione a produção de conhecimento científico com os benefícios que ele pode trazer para o cotidiano das pessoas é um dos objetivos da 9ª Feira Estadual de Ciência e Tecnologia, que iniciou na terça-feira (7) e segue até esta sexta-feira (10) no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém. Uma das novidades apresentadas esse ano, foi o projeto do banheiro ecológico ribeirinho, que dá uma nova roupagem ao banheiro tradicional utilizados pelas comunidades que vivem a beira dos rios e da mata.

Este ano, a Feira integra a realização do Belém + 30, evento internacional que tem como carro chefe o 30º Encontro da Sociedade Internacional de Etnobiologia, evento mundial que reúne instituições que trabalham com comunidades tradicionais e que procuram preservar recursos naturais, dando a oportunidade de colocar de um lado o conhecimento tradicional e de outro lado o conhecimento científico.

Para Marco Antônio Lima, diretor de tecnologia da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Educação Profissional e Tecnologia (Sectet), unir o evento a outras programações, ajuda ainda mais na divulgação do conhecimento científico produzido no Pará. “Temos pessoas de dezenas de países por aqui e que aproveitam para circular na feira e conhecer o que temos. Tudo que produzimos de tecnologia e utilizamos para melhorar a vida das pessoas agrega valor aos nossos recursos naturais, possibilitando o desenvolvimento sustentável efetivo para o Estado, gerando crescimento e contribuindo para a preservação desses recursos”, ponderou.

Vários estantes, de diversas entidades, instituições, faculdades, universidades, dentre outros, expõem projetos e experimentos na Feira. Um dos projetos que chamado atenção dos visitantes é o banheiro ecológico ribeirinho. A idéia é levar uma forma de saneamento básico para essas comunidades e reduzir os problemas de saúde que ocorrem por conta da falta de higiene desses banheiros.

A professora do Instituto Federal do Pará (IFPA), Vânia Neu, responsável pelo projeto que tem apoio da Sectet, explica os benefícios. “Implantamos um tambor em baixo da área onde a pessoa descarta os dejetos, colocando junto serragem ou folhas secas, o que inclusive elimina totalmente o odor do ambiente. Aliado a isso trabalhamos um sistema de captação de água da chuva (que é uma das melhores águas) para por uma pia no local. O ribeirinho não tem esse hábito, de lavar as mãos após usar o banheiro e isso acarreta muitos problemas de saúde, agora, com a mudança desses banheiros e a forma de descarte dos dejetos (que agora viram adubo), conseguimos reduzir em até 90% o índice de doenças por conta dessa prática”, explicou.

A novidade está sendo trabalhada em Belém, com projeto para a Ilha das Onças, em Barcarena e também já tem suas primeiras implantações no município de Portel, na região do Marajó. “Com a mudança, muitos ribeirinhos, que antes construíam seus banheiros muito distantes da residência, agora já estão fazendo verdadeiras suítes, acoplando a casa um local que antes queriam ver longe”, conta a professora entusiasmada.

Serviço: A 9ª Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação segue até a próxima sexta-feira (10) no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, das 9h às 19h. A visitação é gratuita. Mais informações no site http://semanact.pa.gov.br/