Neste final de semana, membros da
Associação Paraense de Psiquiatria, com apoio de profissionais da Secretaria de
Estado de Saúde do Pará (Sespa), vão estar na Praça Batista Campos concluindo
as atividades que marcaram o mês mundial de prevenção do suicídio, “Setembro
Amarelo”.
No sábado, 29, entre 8h e 12h, a
mobilização contará com esclarecimentos de dúvidas para que a população possa
estar orientada em relação às modalidades de tratamento de acordo com
necessidade clínica. No domingo, 30, durante o mesmo horário e local, as
atividades educativas ficarão por conta dos técnicos do Centro de Atenção
Psicossocial (Caps III) Grão Pará, atrelado à Sespa e que funciona na travessa
dos Tamoios, no bairro do Jurunas.
O objetivo desses dois momentos é
orientar o público para o cuidado com as pessoas com ideação/tentativa de
suicídio e seus familiares. Em se tratando de saúde pública, é importante que a
temática tenha mais visibilidade junto à população leiga, visto que os debates
do tipo estão se disseminando pelo país como uma forma de contribuir para
diminuição da incidência de suicídios nos Estados e para o combate e
conscientização das possíveis causas, como o bullying, os transtornos mentais e
os problemas familiares e sociais.
Segundo dados do Sistema de Informações
Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), só entre janeiro e junho
deste ano, o Pará registrou 303 internações de indivíduos com diagnóstico de
“transtornos de humor (afetivos)”. No decorrer de 2017, o número de internações
pelo mesmo motivo chegou a 568. Em relação ao número de mortes, as estatísticas
ainda trabalham com evidências de suicídio, com nomenclaturas que variam entre
“lesões autoprovocadas” e “autointoxicações”.
Dessa forma, os números mais recentes
registram que, em 2016, 254 pessoas morreram no Estado devido a lesões como
enforcamento, uso de objetos cortantes, de explosivos e de armas brancas e de
fogo. Além desse quantitativo, outras 12 pessoas foram a óbito devido à
autointoxicações.
No protocolo do Ministério da Saúde, o
suicídio é um fenômeno complexo e multifacetado, que pode afetar indivíduos de
diferentes, origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades
de gênero. Dentre as intervenções universais de prevenção do suicídio,
destacam-se às relativas à restrição aos meios de suicídio (controle de armas
de fogo e de acesso a agrotóxicos), a redução do uso prejudicial de álcool e
outras drogas e a conscientização da mídia para comunicação responsável sobre o
tema.
As Unidades Básicas de Saúde são a porta
de entrada para quem procura ajuda em qualquer tipo de doença e os pacientes
com suspeita de ideias de suicídio devem ser encaminhados para os Centros de
Atenção Psicossociais (Caps), que são locais de referência pública para
tratamento de transtornos de humor e doenças mentais.
Pessoas que sofrem com a depressão e não
conseguem buscar ajuda de profissional de saúde ou mesmo aquelas com risco de
suicídio, podem ainda buscar apoio em conversas com os voluntários do Centro de
Valorização da Vida (CVV) pelo número 141. Pelo número, os cidadãos recebem
apoio em momentos de crise e ajuda para prevenção ao suicídio. A gratuidade das
ligações foi garantida por convênio com o Ministério da Saúde a partir de
agosto de 2018.
Segundo o órgão federal, a expansão da chamada
sem cobrança no país vem acontecendo desde o ano passado. Em 2017, o Centro de
Valorização da Vida recebeu dois milhões de ligações de cidadãos em busca de
ajuda, o dobro do registrado em 2016. Os atendimentos do CVV podem ser feitos
também por e-mail, chat e voip 24 horas todos os dias e nos 87 postos de
atendimento.
O CVV é uma associação civil sem fins
lucrativos que trabalha com prevenção ao suicídio, por meio de 2.400
voluntários, que recebem uma capacitação de 40h. As chamadas acontecem em total
sigilo, em um espaço de escuta acolhedor e seguro e que alivia a ansiedade e o
desespero. A parceria com o Centro é uma das ações do Ministério da Saúde para
prevenção do suicídio. (com informações do Ministério da Saúde).
Serviço: Para maiores informações, a
Associação Paraense de Psiquiatria está à disposição pelo número (91)
98177-6641.