Mais 10 ararajubas foram soltas no
Parque Estadual do Utinga. As aves agora se juntam as
outras 12 que foram liberadas no Parque em janeiro e já reconquistaram os céus
da Grande Belém. A soltura é parte do projeto Reintrodução e Monitoramento das
Ararajubas em Unidades de Conservação da RMB – Belém Mais Linda, realizado pelo
Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio), em
parceira com a Fundação Lymington, de São Paulo.
As ararajubas são pássaros endêmicos da
região amazônica, o que significa que eles só ocorrem nos estados do Norte do
Brasil. Segundo a gerente de Biodiversidade do Ideflor-bio, Nívia Pereira,
cerca de 80% da população de ararajubas em vida livre está no Pará, mas as aves
não eram avistadas na Região Metropolitana de Belém a mais de 60 anos. Por
isso, são consideradas extintas localmente.
As aves que foram soltas estão no Parque
desde o mês de maio. Elas foram trazidas de um viveiro conservacionista mantido
pela Fundação Lymington no interior de São Paulo e, desde que chegaram ao
Utinga, estão se readaptando ao ambiente amazônico e aprendendo a viver de
forma livre e selvagem. O treinamento envolve diversas práticas desses bichos,
como a sobrevivência na natureza e a obtenção de alimentos.
Agora os animais voam livremente pelo
Parque e pelos céus da cidade. A expectativa, no entanto, é que eles fiquem
aqui pelo Utinga. Ainda segundo Nívia Pereira, o ideal é que as ararajubas
passeiem por Belém, mas escolham o Parque como casa, já que nele as condições
de sobrevivência dos bichos são asseguradas de forma mais efetiva.
Um terceiro grupo de ararajubas deve
chegar ao Parque nos próximos meses. Esse grupo será solto em dezembro, junto
com o encerramento do projeto Belém Mais Linda.
Reprodução – Duas
ararajubas – uma fêmea e um macho – do primeiro grupo solto resolveram
continuar morando no Parque, em um ninho instalado perto do aviário do projeto
Belém Mais Linda. O casal copulou e teve um filhote, que nasceu no final de
abril. Com cinco meses e já quase independente, a ararajubinha é a primeira da
espécie nascida em vida livre em Belém, nos últimos 50 anos. O nascimento é um
passo significativo no processo de reintrodução desses animais e para que eles
deixem de ser extintos na cidade, conta Nívia Pereira.