O Pará
registrou uma redução de 71% nos casos de dengue, 28% de febre chikungunya e
87% de zika, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o mais recente
Informe Epidemiológico de 2018 sobre os casos registrados de doenças
transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, divulgado pela Secretaria de Estado
de Saúde Pública (Sespa).
Até o
momento, em 2018, foram contabilizados 1.445 casos de dengue, 4.969 de febre
chikungunya e 41 confirmados de zika. Para as três doenças, não houve registro
de mortes este ano. Por outro lado, no mesmo período de 2017 foram registrados
4.954 casos de dengue, 6.917 casos de chikungunya – incluindo sete óbitos - e
332 de zika.
As maiores
ocorrências de dengue em 2018 estão nos municípios de Parauapebas (169 casos),
Marapanim (165), Mãe do Rio (134), Belém (89), Novo Repartimento (89),
Conceição do Araguaia (80), Redenção (68), Novo Progresso (60), Pacajá (52) e
Pau D’Arco (43).
Os municípios
com maior número de casos de chikungunya em 2018 são Belém (2.733), Marituba
(1.050) Ananindeua (471), Tailândia (94), Marapanim (86), Castanhal (85),
Paragominas (73), Parauapebas (68), Benevides (40) e Barcarena.
Os casos de
zika foram confirmados nos seguintes municípios: Afuá (19), Belém e Conceição
do Araguaia, com cinco cada; Benevides, Monte Alegre e Vigia, com dois cada, e
Altamira, Jacundá, Marituba e Rio Maria, com um registrado cada.
Campanha – A
Sespa informa que é sensível à campanha do Ministério da Saúde lançada nesta
terça-feira, 13, mas ressalta que a mobilização leva em conta Estados, como Rio
de Janeiro e São Paulo, quando o verão se intensifica entre os meses de
novembro e março. No Pará ocorre o inverso: a campanha de intensificação contra
o mosquito ocorre no auge do inverno, devido ao aumento das chuvas em janeiro,
passando pelo período carnavalesco e se estendendo até início de junho, quando
se instala o verão na Amazônia.
Ocorre que a
campanha do Ministério não interfere de forma alguma nas orientações
permanentes que a Sespa fornece aos municípios: de que as secretarias
municipais de Saúde informem, no período de 24 horas, a ocorrência de casos
graves e mortes que podem ter sido causadas pelas doenças transmitidas pelo
Aedes aegypti.
Para
confirmar a causa da morte é necessária a investigação epidemiológica, com
aplicação do Protocolo de Investigação de Óbito do Ministério da Saúde, que
prevê exames específicos em laboratórios credenciados, como o Laboratório
Central (Lacen) e o Instituto Evandro Chagas (IEC), preconizados pelo Programa
Nacional de Controle da Dengue. O procedimento garante o correto encerramento
de casos graves e óbitos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(Sinan).
Monitoramento
– As ações de combate às três doenças competem aos municípios, que devem
cumprir metas. Entre os procedimentos essenciais feitos pelas Secretarias
Municipais de Saúde, estão as vistorias domiciliares por agentes de controle de
endemias.
Paralelamente,
a Sespa faz o monitoramento nos 144 municípios, que receberam o incentivo do
Ministério da Saúde para vigilância, prevenção e controle da dengue, e orienta
as prefeituras sobre o uso correto de inseticidas (larvicidas e adulticidas).
A Secretaria
de Saúde Pública também promove visitas técnicas aos municípios para
assessoramento das ações do programa de combate à dengue, além de apoiar a
capacitação para o atendimento de casos de febre chikungunya e zika.
Quando há
necessidade, a Sespa faz o controle vetorial, como bloqueio de transmissão
viral nas localidades, e articula ações com órgãos municipais de saneamento e
limpeza urbana, tendo em vista a melhoria da coleta e destinação adequada de
resíduos sólidos. Também são realizadas ações educativas e de mobilização, para
incentivar a participação da população no controle da dengue.
Sintomas - Os
vírus da dengue, chikungunya e zika são transmitidos pelo mesmo vetor, o Aedes
aegypti, e provocam sintomas parecidos, como febre e dores musculares. Mas as
doenças têm gravidades diferentes. A dengue é a mais perigosa, devido aos
quatro sorotipos diferentes do vírus, causando febre repentina, dores
musculares, falta de ar e indisposição. A forma mais grave da doença é
caracterizada por hemorragias e pode levar à morte.
A chikungunya
caracteriza-se principalmente pelas intensas dores nas articulações. Os
sintomas duram entre 10 e 15 dias, mas as dores podem permanecer por meses, e
até anos. Complicações sérias e morte são muito raras. Já a zika apresenta
sintomas que se manifestam, no máximo, por sete dias.
A população
também deve continuar combatendo possíveis criadouros do mosquito. Se houver
dificuldade, as pessoas devem acionar os programas municipais de controle da
dengue mantidos pelas prefeituras. As equipes de profissionais capacitados
visitam as casas para inspecionar possíveis criadouros do mosquito, com o
objetivo de eliminar os focos e orientar os moradores sobre prevenção e
controle do Aedes aegypti.