Grande parte do peixe comercializado nos
mercados municipais de Belém de janeiro e dezembro do ano passado apresentou
queda de preço. É o que mostra a pesquisa divulgada nesta terça-feira, 22, pela
Secretaria Municipal de Economia (Secon) e pelo Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese Pará). O estudo de
variação dos preços é coletado mensalmente pela Secon e pelo Dieese com os
preços dos 38 tipos de pescados mais consumidos na capital.
As espécies que registraram as maiores
quedas de preços na trajetória anual foram a pirapema, com recuo de 33,33%;
seguida da sarda, também com 33,33% de queda no preço; o aracu, com 32,30%; o
pacu, com taxa de -32,07%; a arraia, com -27,34%; o camurim, com -25,85%; o
xaréu, com -17,03%; o bagre, com -12,14%; a pratiqueira, com - 11,42%; o peixe
pedra, com -10,71%; a tainha, com -9,67%; o tucunaré, com -9,29%; a gurijuba,
com -8,95%; a pescada GO, com -7,32%; o curimatã, com -6,27%; o serra, com
-6,06%; e a pescada branca, com queda de 5,03% no preço.
O expressivo recuo tem motivado os
consumidores a comprar mais peixe nos mercados municipais de Belém. A dona de
casa Maria Assunção Farias, moradora do bairro do Tenoné, aproveitou a queda no
valor do alimento para levar uma dourada no Mercado de Ferro do Complexo do
Ver-o-Peso. “Mesmo sendo longe de onde eu moro, vale à pena comprar aqui, tanto
pelo preço quanto pela qualidade”, explicou.
Luis Carlos da Silva Monteiro, também
cliente do mercado, não dispensa uma comida saudável e come peixe quase todos
os dias. Ele diz que o Ver-o-Peso é o local com a maior variedade de espécies
em Belém. O consumidor acompanha as variações de preços durante os meses do ano
e revela que não observou tanta diferença de um mês para o outro. “Apenas na
Semana Santa há uma diferença maior de valores, mas a gente entende, porque há
muita procura”, destacou.
Vendedor de peixe há 30 anos, Jair
Augusto Freitas comemora as vendas e já se prepara para o período da Quaresma.
“Aqui no Mercado de Peixe o que mais sai é a dourada e a piramutaba, então eu
já sei que essas espécies não podem faltar no balcão durante esse período”,
revelou o peixeiro.
Controle - “A partir dos primeiros
finais de semana do ano até a Semana Santa ocorre um fenômeno bem comum, que é
a alta de preço do peixe”, explicou o supervisor do Dieese Pará, Roberto Sena.
“No entanto, os agentes públicos já articulam ações para equilibrar os valores
e garantir o abastecimento do pescado na região”.
O titular da Secretaria Municipal de
Economia (Secon), Rosivaldo Batista, informou que, além do decreto municipal
que a Prefeitura de Belém irá publicar para regular a comercialização
intermunicipal do peixe durante a Semana Santa, um diálogo entre os representes
dos peixeiros, dos balanceiros, a Associação dos Supermercados do Pará (Aspas)
e a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca (Sedap), será
fundamental para o aumento da oferta do pescado na capital.
*Texto de autoria de Roberta Corrêa –
Secon.