O Instituto Energia e Meio Ambiente
(IEMA), Instituto Socioambiental (ISA), Associação Terra Indígena Xingu (ATIX)
e Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP)
debaterão no dia 27, quarta-feira, como a energia renovável pode beneficiar as
comunidades indígenas. O evento gratuito acontecerá na Feira e Simpósio Energia
& Comunidades, em Manaus (AM). Na ocasião, serão apresentados os resultados
de dois estudos: Aprendizados e desafios da inserção de tecnologia solar
fotovoltaica no Território Indígena do Xingu e Avaliação de impacto
socioambiental da introdução de sistemas fotovoltaicos no Território Indígena
do Xingu.
O primeiro é uma análise econômica
realizada pelo IEMA sobre o projeto Xingu Solar do ISA, que instalou 70
sistemas fotovoltaicos em 65 aldeias do Território Indígena do Xingu (TIX), com
potência total de 33.260 kWp. O segundo, um estudo qualitativo e quantitativo
sobre os primeiros efeitos sociais e comportamentais nos locais que receberam o
Xingu Solar. Para a realização deles, foram realizadas entrevistas em 15
aldeias com 117 atores envolvidos no projeto: participantes dos cursos de
formação, lideranças indígenas, parceiros e equipe do ISA.
Na ocasião, além dos debates, também
serão divulgados vídeos, um relatório resumido e os dois documentos completos
sobre os estudos. Em seguida, todo material ficará disponível no site do IEMA:
http://www.energiaeambiente.org.br/ .
O Xingu Solar é importante porque a
oferta de eletricidade no TIX é restrita e, quando disponível, a energia
utilizada provém de sistemas a diesel ou a gasolina adquiridos pelos próprios
habitantes ou fornecidos pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do
Ministério da Saúde. Desse modo, a população local fica dependente do
abastecimento do combustível para ter energia e, com frequência, os geradores
precisam de manutenção.
No escuro
Falta no Brasil a universalização do
acesso à energia elétrica. Ter uma fonte confiável de energia elétrica é
direito de todos. Algumas comunidades remotas, a maior parte delas na Amazônia,
está sem energia elétrica. São indígenas, quilombolas, ribeirinhas ou moradores
de reservas extrativistas.
Muitas cidades ou vilarejos estão
desconectados do Sistema Interligado Nacional, que distribui a energia gerada
pelas diversas fontes do país. Eles são atendidos por sistemas próprios,
isolados do resto. No Brasil, são 270 sistemas dos quais dependem mais de três
milhões de consumidores. Até cidades grandes como Boa Vista, capital de
Roraima, dependem desses sistemas. A maior parte dos sistemas é composto por
geradores a óleo diesel. Sua operação e manutenção é cara e poluidora. Além
disso, o suprimento de combustível os torna menos confiáveis do que o sistema
interligado.
O acesso à energia elétrica pode levar
benefícios às comunidades como a refrigeração de vacinas, soros antiofídicos,
de alimentos, o bombeamento e armazenamento de água potável e possibilitar a
ampliação de atividades produtivas, culturais e educacionais. Para garantir que
a universalização seja realizada da melhor forma, potencializando todos esses
benefícios, é necessário o desenvolvimento de modelos de implementação que
incluam as comunidades e que as políticas públicas do setor elétrico se adequem
às realidades locais.
Serviço
Xingu Solar: Como a energia renovável
pode beneficiar as comunidades indígenas
Horário: 18h30 até 20h30
Dia: 27 de março
Local: Centro de Convenções do Amazonas
Vasco Vasques, Manaus (AM)
Endereço: Avenida Constantino Nery, 5001