Foto: Rafaela Palmieri / Ascom HPEG |
Na semana em que se
comemora o Dia do Motorista (25) e o do Motociclista (27/7), hospitais públicos
referência em atendimento de vítimas de acidentes de trânsito reforçam a
necessidade da direção segura. No Pará, a Pró-Saúde Associação Beneficente de
Assistência Social e Hospitalar gerencia duas unidades que prestam atendimento
às vítimas de acidentes de trânsito. Com perfis distintos, cada um atua de
acordo com a complexidade e necessidade de cada caso. O Hospital Metropolitano
de Urgência e Emergência (HMUE) atende os casos mais graves e urgentes,
enquanto o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), atua como retaguarda.
Pedestres e ciclistas,
que não possuem a obrigatoriedade de carteira de habilitação, são as vítimas
mais graves nos casos de colisão ou atropelamento, pois ficam mais expostos.
Por isso, o papel dos condutores de automóveis e motocicletas na direção
preventiva é crucial.
Outra situação comum
nas cidades do interior e na capital, é a falta de capacete durante o tráfego.
Os condutores habilitados devem conhecer as regras e a necessidade do
equipamento, entretanto, não o utilizam. Saber do dever de utilizar o
equipamento e mesmo assim não o fazer configura negligência do motociclista.
Há ainda os casos de
condutores que *não* possuem carteira de habilitação e mesmo assim trafegam
livremente - principalmente em localidades onde a fiscalização não é intensa.
Nessas situações, as causas dos acidentes estão relacionadas à imperícia, ou seja,
quando o condutor não tem o conhecimento técnico, teórico ou prático
necessários para dirigir.
Acidentes de trânsito
podem gerar consequências como fraturas, deformações de membros, amputações,
traumatismos cranianos e óbitos. "Temos uma grande demanda de pacientes
polifraturados (com mais de uma fratura) e politraumatizados, que passaram por
cirurgias no Hospital Metropolitano, referência para o atendimento de urgência,
e que posteriormente são encaminhados aqui para o Galileu, para fazermos o
tratamento definitivo e a recuperação. Em sua maioria, as fraturas são de tíbia
e de antebraço e, em casos raros de fêmur", explica o ortopedista do HPEG,
Marco Antônio Damasceno.
O acidente desencadeia
uma série de atendimentos desde a urgência, internações, cirurgias e exames, e
não se encerra no pós-operatório. "A reabilitação é um processo importante
que envolve fisioterapia, terapia ocupacional e, quando a vítima não se
reestabelece, gera um custo social muito grande, pois ela não volta a trabalhar
e compromete até o sustento da família", explica o coordenador de
Reabilitação do HMUE, Rafael Araújo.
Balanço - Das quase 16
mil pessoas atendidas no HMUE, em 2018, mais de 4.100 dos casos (25% do total)
foram em decorrência de complicações no trânsito, causadas por colisões de
automóveis (40%); acidentes de moto (38%); atropelamento (17%); e acidentes com
bicicletas (5%).
No primeiro semestre de
2019, as estatísticas pouco recuaram. Das mais de 7.700 pessoas atendidas até
junho, quase 2 mil casos foram relacionados à insegurança no trânsito. Foram
registradas 801 ocorrências de colisões de automóveis (41%); 692 acidentes com
motocicletas (35%); 352 atropelamentos (18%); e 94 envolvendo bicicletas (5%).
Ainda foram registrados 13 acidentes náuticos, frente à nenhuma ocorrência em
2018, alertando que os cuidados com o trânsito não devem ser restritos às vias
terrestres.