Maior conscientização
ambiental e o aumento na qualidade da alimentação da merenda escolar de mais de
30 estudantes estão entre os benefícios do projeto Horta Comunitária,
desenvolvido pela Escola Aloisio da Costa Chaves em parceria com a Imerys,
mineradora que opera a maior planta de beneficiamento de caulim do mundo no
Pará, e a Secretaria Municipal de Educação (Semed), na Vila Maranhense, em
Ipixuna do Pará. A iniciativa foi objeto de pesquisa e artigo dos pesquisadores
Gabrielly Figueredo Pinheiro Rigo e Uirlon Ventura Fernandes, graduandos do
curso de Contabilidade da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) do
campus Tomé-Açu (PA), que fica próximo de Ipixuna.
A pesquisa foi
demandada na disciplina de Filosofia, do curso de Contabilidade da UFRA, com o
desafio de mostrar como as boas práticas de educação ambiental podem
influenciar na formação de uma consciência mais cidadã na relação com o meio
ambiente. Os pesquisadores foram orientados pela professora Ana Paula de
Andrade Sardinha, doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal do Pará
(UFPA).
O estudo foi realizado
durante 45 dias entre os meses de janeiro e fevereiro de 2019, envolvendo
estudantes do 5º ano da Escola Aloisio da Costa Chaves, que, há 1 ano,
participam do Horta Comunitária, plantando de forma orgânica, colhendo e
introduzindo as culturas da terra, como cheiro-verde, alface, couve, cebolinha,
pimentão, pepino e tomate, na merenda escolar. “A educação ambiental vai muito
além das aulas num ambiente escolar. Ela ajuda a transformar pessoas. Além de
influenciar no aumento do hábito de consumo de alimentos mais saudáveis entre
os estudantes que, hoje ainda são pré-adolescentes, também está contribuindo
para a formação educacional destes alunos, que poderão ser futuros
empreendedores mais conscientes no relacionamento com a natureza”, relata
Gabrielly.
Os dados foram
coletados a partir de uma pesquisa qualitativa com os alunos que participam da
Horta Comunitária. Entre os resultados de questões abordadas na pesquisa, 92%
dos estudantes consideraram-se mais conscientes sobre questões ambientais após
participarem da Horta Comunitária; 100% responderam que acham importante
aprender a praticar o descarte adequado do lixo desde a infância; e 100%
informaram que os conhecimentos sobre meio ambiente e sustentabilidade são repassados
na escola.
A diretora da escola, Roseane Pinheiro, também
foi entrevistada na pesquisa qualitativa, cujo artigo deve ser publicado em
breve. “A professora disse que já observa mudanças nas atitudes dos alunos, no
modo de agir, se alimentar e na relação dos estudantes com a escola, que está
mais bem cuidada”, comenta a jovem pesquisadora.
Diversidade - A Imerys
participa da Horta Comunitária, fornecendo consultoria técnica para o projeto e
fornecimento de insumos necessários para a produção dos alimentos. Adriana
Corrêa, assistente de Projetos Sociais da Imerys, avalia que o diálogo e a
parceria com a comunidade são essenciais para a empresa apoiar iniciativas que
contribuem com as principais demandas socioeconômicas e ambientais como ocorreu
na Vila Maranhense. “Nas nossas reuniões, os moradores mostraram um grande
interesse pela horta, algo que já faz parte da cultura deles e acreditaram nos
benefícios que iria trazer. Estamos felizes em ver concretizado esse trabalho,
feito a várias mãos. Ao longo do projeto, vamos também dar orientações de
educação ambiental para que tenham um maior cuidado com as florestas e rios”,
declara.
Premiação - O projeto
Horta Comunitária nasceu com o objetivo de incrementar a merenda escolar e
gerar renda para a população do município de Ipixuna do Pará, nordeste do
estado. A iniciativa é realizada também nas escolas Princesa Isabel, na Vila
Palmeiras; e Bom Pastor, na Vila Canaã, com a participação de professores e
alunos que cultivam feijão, cheiro-verde, cebolinha, couve e outras hortaliças,
que, posteriormente, são incorporadas à alimentação das crianças. Na comunidade
Aparecida, também está a primeira maior horta do projeto.
A Horta Comunitária
recebeu o Prêmio Socioambiental 2017, promovido pelo Instituto Chico Mendes na
categoria Ação Socioambiental Responsável. Esta premiação é signatária ao Pacto
Global da Organização das Nações Unidas (ONU), sendo considerado um dos maiores
reconhecimentos do país quando o assunto é Meio Ambiente e Sustentabilidade. O projeto também obteve a certificação do
Selo Verde Chico Mendes, que reconhece causas incentivadoras à defesa ao meio
socioambiental.


