Criada há mais de 25 anos, a Polícia
Militar Ambiental atua muito além da fiscalização e da aplicação da lei. O
trabalho de educação e conscientização voltado à proteção do meio ambiente se
estende, inclusive, às ações da Fundação ParáPaz, e tendo o processo da
taxidermia como um dos pilares, permitindo mostrar, principalmente às crianças,
o que ocorre quando um animal silvestre é maltratado ou posto em cativeiro.
Em Belém, esse trabalho é desenvolvido
há cerca de dois anos por militares especializados que atuam no Batalhão de
Polícia Ambiental (BPA), localizado na Avenida João Paulo II, próximo ao Parque
Estadual do Utinga (Peut). O curso de formação em taxidermia é realizado no
Estado do Mato Grosso do Sul (MS), e pelo menos uma vez por ano militares do
BPA participam da capacitação, durante 14 dias.
O processo é realizado de acordo com as
apreensões de animais ocorridas durante o ano, seja por denúncias relacionadas
à criação ilegal de animais selvagens ou pela captura de espécies silvestres.
Técnica - Em ambos os casos, na maioria
das vezes o animal é levado com vida ao BPA, mas com alguma frequência já em
estado crítico. Quando não consegue sobreviver, a espécie passa pelo processo
de taxidermia - que por muito tempo foi chamada de "empalhamento". O
procedimento é feito primeiro com a aplicação de um produto para conservar a
pele do animal. Em seguida, a coluna é trocada por um suporte de arame e, após
a retirada de todos os músculos, o interior é preenchido por palha e serragem.
Entre congelamento, nem sempre
necessário, limpeza e secagem, o processo dura entre dois e 30 dias. Preguiça
real, jupará (da mesma família do quati), tamanduá-mirim e coruja são alguns
dos exemplares que integram o acervo do BPA, constantemente utilizados em
exposições, palestras e outras ações.
De acordo com a cabo PM Andreia
Oliveira, que atua na seção de Educação Ambiental, hoje há dez animais
silvestres "hospedados" no Batalhão, e outros sete taxidermizados. O
tempo de duração do animal após esse processo é de cerca de cinco anos,
principalmente por causa da umidade natural da região, que não ajuda na
conservação da pele e dos ossos, únicas estruturas conservadas.
Informação - "Nas exposições,
quando nos solicitam a atividade de educação ambiental que o BPA desenvolve,
levamos os animais do acervo para verem o que pode acontecer em decorrência dos
maus-tratos. Mostramos, falamos da situação deles, sobre como chegaram e
explicamos as consequências da criação ilegal, do que acontece com espécies da
nossa região que são privadas de viver em liberdade", explicou a policial.
Com o crescimento da conscientização
sobre a importância da preservação da natureza, o Batalhão de Polícia Ambiental
investe em projetos de educação ambiental, levando informação e conceitos a
pessoas de todas as idades, para que cada um se torne agente ativo na
preservação do meio ambiente.