![]() |
LeishmanioseEm fase crônica, se não tratada, 90% dos casos levam ao óbito |
O clima úmido, acúmulo de lixo e fezes
de animais em ambientes externos – como quintais, por exemplo – são ambientes
propícios para a proliferação do protozoário da Leishmaniose. O motivo é que o
principal vetor prefere ambientes úmidos com farto material orgânico. A doença
é caracterizada como uma zoonose, sendo mais comum em animais – como cães e
gatos –, podendo vir a ser transmitida ao homem. Em fase crônica, se não
tratada, 90% dos casos levam ao óbito.
A doença é infecciosa e grave, causada
por um protozoário de espécie Leishmania chagasi. De acordo coordenadora do
curso de Medicina Veterinária da UNAMA – Universidade da Amazônia, Lilian
Ximenes, existem – em média – 30 tipos de protozoários do gênero leishmania,
sendo possível desencadear dois tipos da doença: a tegumentar ou cutânea e a
visceral ou calazar, tipo mais grave – podendo atacar os órgãos internos.
“A transmissão acontece quando fêmeas do
mosquito palha – também popularmente conhecido como asa-dura, tatuquiras,
birigui, dentre outros – picam os animais. Na área rural, as raposas e os
marsupiais são os mais propícios a desenvolver a doença. No espaço urbano, os
cães são os mais atingidos. Os sintomas aparecem como perda de pelo e peso –
anorexia, em alguns casos –, além do crescimento anormal das unhas”, explicou
Lilian, que também é doutora em Ciência Animal.
Nos humanos, a doença tem diagnóstico
difícil por ter similaridade a outras enfermidades, como a doença de chagas, a
malária e a tuberculose. Em geral, os indivíduos apresentam febre de longa
duração; aumento do fígado e baço; perda de peso; fraqueza; redução da força
muscular e anemia.
A principal prevenção ocorre no combate
ao mosquito. Essa ação se inicia pela higiene ambiental. É necessária uma
limpeza periódica dos quintais, com atenção à matéria orgânica, como folhas,
frutos, fezes de animais e outros entulhos. Deve ainda entrar na lista a
limpeza diária dos abrigos de animais domésticos (casinhas, caminhas) e
utilizar inseticida nas paredes de domicílios e abrigos de animais.
Atualmente, existe uma vacina de combate
à doença. “Nós temos antileishmaniose visceral canina em comercialização no
Brasil. Entretanto, não existem estudos que comprovem a efetividade do uso
dessa vacina na redução da incidência da leishmaniose visceral em humanos.
Dessa forma, o seu uso está restrito à proteção individual dos cães e não como
uma ferramenta de saúde pública”, lembra a coordenadora.
Vale ressaltar o que a leishmaniose tem
tratamento, sendo gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nos casos
confirmados em animais, a eutanásia é a recomendação nacional dada aos centros
de zoonoses.