Sespa intensifica combate às infecções sexualmente transmissíveis




A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realizará, durante o Carnaval, diversas ações de combate às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) em várias localidades do interior do Pará. As mobilizações serão iniciadas no sábado (22) e vão até terça-feira (25). Já foram distribuídos 1 milhão de preservativos masculinos, 5 mil preservativos femininos e 15 mil sachês de lubrificante íntimo, que foram enviados ao Estado pelo Ministério da Saúde.

No entendimento da Secretaria, é importante reforçar o uso do preservativo durante o Carnaval para prevenir a transmissão das Infecções, principalmente do HIV, uma vez que muitas dessas doenças possuem fase assintomática, e a pessoa nem sabe que está infectada quando apresenta sintomas, como lesões na região genital, o que pode facilitar a entrada do HIV na corrente sanguínea. "É essencial que as pessoas estejam atentas. Por mais que sejam momentos descontraídos, a proteção pelo uso do preservativo pode evitar inúmeros transtornos para a vida de qualquer pessoa", recomenda a coordenadora de IST/Aids da Sespa, Andréa Miranda.

A campanha de combate às ISTs será realizada nos 144 municípios paraenses. Porém, em locais com maior concentração de pessoas as ações realizadas pelos Centros Regionais da Sespa serão intensificadas, com a participação de 180 servidores. "Localidades com maior concentração popular, como Mosqueiro, Icoaraci e Outeiro (distritos de Belém), e os municípios de Vigia de Nazaré, Abaetetuba, Castanhal, Marapanim (Praia de Marudá), Curuçá, Salinópolis, Capanema, Bragança, Soure, Salvaterra, Barcarena, Cametá e Santarém serão algumas em que a presença da Sespa será maior, além do Terminal Rodoviário de Belém, do cais de Icoaraci e da Praia Grande, em Outeiro", ressalta a coordenadora.

A iniciativa da Sespa, que inclui distribuição de preservativos, cartazes e folders educativos, também estará nos municípios de São Miguel do Guamá, Canaã dos Carajás, Breu Branco, Santa Maria do Pará, Jacundá, Mãe do Rio, Ipixuna do Pará, Capitão Poço, Aurora do Pará, São Geraldo do Araguaia, Marabá, Itaituba, Monte Alegre e Oriximiná.

Entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano, a equipe da Coordenação Estadual de IST/Aids da Sespa abasteceu as gestões municipais com insumos disponibilizados pelo Ministério da Saúde para as campanhas do período carnavalesco. A quantidade entregue a cada município varia. "Nossa distribuição de preservativos é bimensal e ganha aporte maior durante ações pontuais, como o Carnaval. Já a logística de distribuição atende à demanda dos municípios. Alguns pedem mais nesse período", diz Andréa Miranda.

Segundo a coordenadora, a campanha deste ano também segue uma premissa do Ministério da Saúde, ao propor orientação maior entre os jovens quanto ao uso do preservativo para evitar várias doenças, como sífilis, herpes genital, hepatites virais, gonorreia e HPV (Papiloma vírus humano). "Essas doenças geralmente causam lesões nos órgãos genitais, o que aumenta a vulnerabilidade para a pessoa adquirir o HIV, por meio do contato com secreções e sangue. Sem contar que sífilis, gonorreia e clamídia, por exemplo, podem causar malformações de feto e, inclusive levar ao óbito, entre outras complicações", alerta.

Atenção Básica - A campanha ainda lembra que a prevenção ultrapassa o período do Carnaval. A Sespa orienta que, em todo o Pará, o princípio básico para saber se possui alguma IST é ir a uma Unidade Básica de Saúde. "Temos reforçado que os testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites B e C estão disponibilizados na atenção básica dos municípios. Assim, a Sespa cumpre seu papel, no sentido de enviar os insumos para onde o povo está, oferecendo os testes e alertando a população que o fluxo desse atendimento começa na atenção básica, e que o tratamento está aí oferecido", reitera Andréa Miranda.

Dependendo da articulação do município, a pessoa pode fazer o teste gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em um dos 80 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), além de 27 Serviços de Assistência Especializada (SAE) em HIV/Aids existentes no Pará, vinculados às secretarias Municipais de Saúde. Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, para facilitar a correta interpretação do resultado pelo usuário.

De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, de janeiro a novembro do ano passado, 1.469 pessoas foram diagnosticadas com HIV no Pará e outros 657 pacientes manifestaram sintomas da Aids. Atualmente 20.547 pessoas fazem tratamento com antirretroviral para HIV e Aids no Estado. Em 2019 também foi registrada uma redução de 7,62% no número de óbitos por Aids no Pará, em relação ao ano anterior.