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Crédito: Bruno Cecim / Ag.Para |
O Pará tem, até esta terça-feira (28),
tem 1.118 casos de pacientes considerados recuperados de covid-19. Entre eles
está o professor de música da Fundação Carlos Gomes, Harley Bichara, 40.
"Eu só tenho a agradecer a Deus e ao sistema de saúde pública estadual
pela minha recuperação. Precisamos valorizar os profissionais de saúde e de
apoio do Hospital de Campanha de Belém, todos foram excelentes, atenciosos e
dedicados comigo", agradece.
O professor começou a apresentar
sintomas como moleza e perda do olfato e paladar, no dia 9 de abril e, desde
então, ficou isolado em casa. No decorrer dos dias, a dor na garanta e a febre
alta surgiram. "Tive febre de 39.6 graus, me sentia fraco, com dor no
peito e dificuldade de respirar, por isso procurei a UPA da Sacramenta, que me
encaminhou para o Hospital de Campanha de Belém. Foi Deus que me mandou para
lá. Fiquei uns dias na UTI e recebi um atendimento de excelência", afirma.
"No Hospital de Campanha é tudo bem
limpo o tempo todo, tudo novo, tudo de qualidade para o nosso conforto. O
serviço não para, pacientes chegam a toda a hora. Inclusive eu dei entrada meia
noite do dia 13 de abril" - Harley Bichara, músico. Ele teve alta no dia
18 de abril e segue em isolamento, mesmo sem apresentar mais sintomas.
Segundo dados fornecidos pelo Hospital
de Campanha de Belém, até às 17h de segunda-feira (27), 193 pacientes estão
sendo atendidos, sendo 22 em leitos de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI).
Ao todo, já foram atendidos 336 pacientes, dos quais 27 foram transferidos e 95
receberam alta.
O técnico em rastreamento veicular,
Michel Silva, de 40 anos, hipertenso e ex-fumante, também é um dos pacientes
recuperados do novo coronavírus. Michel contou que os primeiros sintomas, como
febre e irritação na garganta, começaram no início do mês e persistiram, mesmo
após fazer uso de medicação.
"Apresentei falta de ar e passei
dois dias internado na UPA da Sacramenta, mas continuava com a respiração muito
ruim e fui transferido para o Hospital Abelardo Santos. Fiquei internado em UTI,
mas não precisei ser intubado", conta.
Michel teve alta no último sábado (25) e
está com um sentimento de gratidão a Deus e à equipe que cuidou dele para o
restabelecimento da sua saúde.
"Só posso agradecer a Deus por ter
me dado mais uma oportunidade de vida ao me encaminhar para o Abelardo. As
pessoas que trabalham lá salvaram a minha vida. Todos os profissionais eram
atenciosos e faziam de tudo por mim, desde os cuidados com a alimentação, os
exercícios pulmonares, até tentar me animar e me dar força para lutar pela
minha vida" - Michel Silva, técnico de sistema de resfriamento.
O técnico alugou um quarto, após ter
alta do hospital, para permanecer em isolamento e proteger a sua família.
"Nesse momento, não encontrar as minhas filhas é protegê-las. Fazemos
videochamada para matar a saudade. As pessoas precisam entender que o
isolamento é muito importante. O trabalho conseguimos recuperar depois, mas a
nossa vida é única. Então, peço que quem puder, fique em casa", alerta.
Santarém e Marabá
Neste último final de semana, os
primeiros internados nos Hospitais de Campanha de Santarém e Marabá já deixaram
as unidades recuperados. Os pacientes seguem com o tratamento em casa e em
isolamento domiciliar.
No Hospital de Campanha de Santarém, o
primeiro paciente de covid-19 a ter alta foi Joe Luiz, de 73 anos, que recebeu
tratamento e foi liberado no sábado (25). Em Marabá, após seis dias de
internação, José Farias foi o primeiro paciente de covid-19 a ter alta no
Hospital de Campanha de Marabá. Depois de ser transferido para o HC, ele
recebeu tratamento, teve melhora do seu quadro clínico e foi liberado.
Abelardo Santos, em Icoaraci
A médica da Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) do Hospital Regional Abelardo Santos, Luane Beltrão afirma que, apesar da
agressividade da covid-19, a taxa de sucesso no tratamento dos pacientes é
significativa.
"Na UTI eles são acompanhados por
médicos, fisioterapeutas, equipe de enfermagem 24 horas. Exames são realizados
diariamente para correção de eventuais distúrbios metabólicos, bem como para a
verificação da própria evolução da doença. Os equipamentos modernos de
hospitais como o Abelardo Santos permitem esse diagnóstico precoce de possíveis
complicações", explica a médica.
De um modo geral, o novo coronavírus
causa, na maioria das vezes, sintomatologia leve, sem necessidade de
internação. Porém, em pessoas pertencentes a grupos de riscos, com comorbidades
ou imunodeprimidos, ou mesmo pessoas que simplesmente apresentam evolução mais
grave do quadro, é preciso internar para monitorar.
"A terapia intensiva é um setor
crítico e recebe pacientes mais graves, sendo uma doença bastante agressiva em
certas pessoas, então é difícil prever os desfechos. Mas temos tido sucesso no
tratamento com bom número de altas hospitalares", atesta Luane Beltrão.