A Secretaria de Estado de Saúde Pública
(Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Nutrição, enfatiza o alerta
contido no "Guia Alimentar para a População Brasileira" e destacado
pelo Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) de que "há muitas
informações sobre alimentação e saúde, mas poucas são de fontes confiáveis".
Portanto, é fundamental que a população procure fontes científicas e oficiais
antes de consumir alimentos e suplementos que, supostamente, podem contribuir
para a prevenção contra o novo coronavírus.
Segundo a nutricionista e coordenadora
estadual de Nutrição, Rahilda Tuma, o vírus, causador da doença Covid-19
colocou em estado de atenção a população brasileira, que agora busca
orientações sobre como se prevenir e se comportar. "Nesse sentido, também
é motivo de preocupação as informações que circulam nas redes sociais (cards,
áudios e vídeos) com orientações sobre supostas terapias milagrosas no campo da
nutrição", alertou a coordenadora.
Conforme Rahilda Tuma, a população tem
que ter muito cuidado com a divulgação que incentiva o consumo de alimentos,
superalimentos, shots, sucos e até soroterapias por infusão endovenosa de
nutrientes (vitaminas, minerais, aminoácidos, antioxidantes e outros nutrientes
e compostos), apontados como capazes de prevenir ou combater o coronavírus por
meio do fortalecimento do sistema imunológico.
"O CFN informa que não existem
protocolos técnicos nem evidências científicas que sustentem alegações
milagrosas" - Rahilda Tuma, nutricionista e coordenadora estadual de
Nutrição.
Ela afirmou que a alimentação saudável
depende de uma diversidade alimentar, não de supostos superalimentos isolados,
e deve ser adequada a cada indivíduo conforme assistência prestada pelo
nutricionista. "Entretanto, em tempos de isolamento em que a recomendação
máxima é "ficar em casa" e as consultas presenciais foram adiadas, é
muito importante a consciência e a responsabilidade de cada um em adotar as
medidas preventivas para si e para todos os membros da família", orientou
Rahilda Tuma.
A coordenadora estadual de Nutrição
lembrou, ainda, que o Brasil enfrenta um significativo aumento do sobrepeso e
da obesidade em todas as faixas etárias, sendo um fator de risco para várias
doenças como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2,
doenças crônicas que colocam as pessoas em grupo de altíssimo risco quando se
trata da Covid-19.
Então, conforme Rahilda Tuma, com o
objetivo de ajudar e orientar a população neste momento foi que a Associação
Brasileira de Nutrição (Asbran) lançou um Guia para uma Alimentação Saudável em
tempos de Covid-19, levando a população a refletir sobre a pandemia de
coronavírus que está afetando todos os aspectos da vida, incluindo a
alimentação".
"Uma alimentação saudável é primordial
para manter a saúde e é especialmente importante para conservar o sistema
imunológico em ótimas condições. Por isso, não devemos nos esquecer de um
nutriente essencial, neste momento, a vitamina D, que é gratuita e pode ser
obtida em um saudável banho de sol, nas primeiras horas do dia" - Rahilda
Tuma, nutricionista e coordenadora estadual de Nutrição.
Rahilda Tuma disse que muitas vezes
escuta as pessoas afirmarem que não têm tempo para preparar uma refeição e, por
isso, utilizam os meios mais rápidos, os chamados fast foods. "Agora que o
tempo nos oferece uma pausa, sem trânsito, sem escolas, sem igreja, sem
parques, sem lojas, sem bares, sem restaurantes e sem lanchonetes, podemos
refletir sobre como podemos aproveitar esse tempo para nos alimentar de forma
mais saudável", argumentou a nutricionista, apresentando diversas dicas,
que seguem abaixo, para que a população possa se alimentar de forma mais
saudável neste momento de pandemia:
CUIDADOS AO IR ÀS COMPRAS
Diminua a ida aos centros de abastecimento
durante a pandemia. Em caso de extrema necessidade, faça uma lista de compras e
use-a. Você pode esquecer itens importantes ou comprá-los por impulso;
Faça compras em horários alternativos
ou, se tiver acesso, utilize o sistema online. Você economizará tempo e manterá
a distância social;
Compre com antecedência, pois muitas
lojas precisam de um ou dois dias desde o pedido até a entrega;
Considere alternativas de baixo custo e
faça o consumo de alimentos de forma integral, aproveitando melhor as aparas,
os talos, sementes, etc;
Tente eliminar as compras de alimentos
industrializados, como batatas fritas, refrigerantes, biscoitos e sorvetes.
Eles são ricos em calorias vazias, não contêm os nutrientes que você precisa e
ainda aumentam a sua conta;
Evite comprar refeições prontas
industrializadas, a maioria delas é rica em sódio, gordura trans e calorias.
HIGIENIZAÇÃO DOS ALIMENTOS
Lave-as ou troque as embalagens que vem
do supermercado, da quitanda ou da feira, por outras adequadas e limpas;
Antes de colocar os produtos nos
armários, despensas ou geladeira, lave as embalagens com água e sabão e borrife
álcool 70% ou solução clorada.
Retire frutas, verduras e legumes das
embalagens dos centros de abastecimento e armazene em fruteiras;
Armazene em potes ou sacos próprios para
refrigeração. Antes de consumir frutas, verduras e legumes crus, lave em água
corrente e com hipoclorito de sódio. Ele deve ser usado sempre diluído (veja na
embalagem do produto a diluição adequada);
A higienização é fundamental e deve ser
seguida com cuidado. Não coloque em risco pessoas e objetos desinfectados;
No momento de guardar os alimentos,
organize de tal maneira que tenha acesso rápido àqueles cujo prazo de validade
é mais curto.
PREPARO DAS PRINCIPAIS REFEIÇÕES
Inclua as crianças no planejamento,
limpeza e preparo das refeições. Peça a elas para fazerem uma lista do que há
na despensa e na geladeira;
Utilize a matemática ao medir colheres e
xícaras, contar números de ingredientes, fazer um balanço de itens da despensa
ou planejar o tempo que levará para preparar, cozinhar e comer.
Envolva as crianças em assar pão,
cozinhar um ovo ou criar um molho caseiro para salada;
Leve em consideração o equilíbrio dos
nutrientes, alimentos que sua família tem por preferência, métodos de cozimento
e habilidades de preparar os alimentos, valorizando o tempo e a energia que
será utilizada para produção das refeições;
Às famílias que têm acesso, peçam às
crianças que consultem sites de receitas online para encontrar refeições e
lanches que utilizam o que está disponível em casa;
Cuidado redobrado ao verificar a
validade dos produtos;
Trabalhar em casa pode não significar
que há mais tempo para cozinhar, especialmente se você agora é responsável por
ensinar seus filhos e/ou executar suas atividades profissionais remotamente,
por isso, você precisa saber algumas dicas para tornar seus hábitos alimentares
mais saudáveis:
Faça dos alimentos in natura ou
minimamente processados a base da sua alimentação;
Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em
pequenas quantidades no preparo das refeições;
Diminua o consumo de alimentos
processados e evite o consumo de alimentos ultraprocessados;
Planeje o uso do tempo para dar à
alimentação o espaço que ela merece;
Priorize o aproveitamento integral dos
alimentos, utilizando cascas, talos e sementes;
Seja crítico quanto a mensagens e dados
sobre alimentação em propaganda;
Após servir as refeições, os alimentos
que estão na panela precisam ser armazenados em potes fechados e guardados na
geladeira.
FONTES CONFIÁVEIS DE INFORMAÇÃO
. Ministério da Saúde. Boletins
Epidemiológicos e orientações gerais;