No Dia Nacional de Luta Contra as
Queimaduras, a unidade promove alerta e orienta sobre os principais cuidados
para evitar acidentes. A queimadura por descarga elétrica é responsável por 80%
dos casos graves que chegam no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) da
Unidade
Mesmo nesse tempo atípico de pandemia da
Covid-19, já é possível ver muitas crianças soltando pipas nos bairros da
capital paraense, o que aumenta os riscos de potenciais queimaduras com a rede
elétrica. Só no ano passado, o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência
(HMUE), em Ananindeua (PA), referência em traumas e queimados de média e alta
complexidades no norte do Brasil, atendeu 83 pessoas que tiveram queimaduras
após descarga elétrica.
Segundo o Ministério da Saúde,
anualmente, pelo menos 1 milhão de pessoas sofrem queimaduras no país e grande
parte dos acidentes poderiam ser evitados com cuidados e orientações. No
próximo sábado, 6/6, é lembrado o Dia Nacional de Luta Contra as Queimaduras,
momento voltado para ações de conscientização e atenção às queimaduras e seus
agentes causadores.
O Hospital Metropolitano promove ações
de orientação durante todo o ano. Em 2019, nos três primeiros meses do ano, a
Unidade registrou 101 atendimentos de pacientes com queimaduras. Já em 2020, no
mesmo período, foram registrados 79 casos no Hospital.
Mesmo com a pandemia, acidentes
continuam acontecendo, como o caso do paciente Bruno Oliveira, de 13 anos, que
se acidentou durante brincadeira de soltar papagaio com os amigos. O brinquedo
enrolou em uma fiação elétrica de alta tensão, no bairro onde o garoto mora, na
Marambaia, e na tentativa de resgatar a pipa, acabou usando uma barra metálica,
ocasionando o acidente.
O menino deu entrada no Centro de Tratamento
de Queimados (CTQ) da Unidade com queimaduras por todo o corpo, principalmente
na costa e na cabeça. “Eu só lembro do clarão e depois quando acordei, eu já
estava no Hospital todo enfaixado e com o corpo ardido”, lembrou.
Pacientes com queimaduras em 2019
Em 2019, o Hospital Metropolitano,
gerenciado pela Pró-Saúde, recebeu 478 pacientes com queimaduras diversas, de
60 municípios do Pará. Desse número, foram registrados 204 pacientes, entre 20
a 49 anos, principal faixa etária dos acidentes com eletricidade.
Para a coordenadora de enfermagem do
CTQ, Neyllyane Ferro, a queimadura por descarga elétrica é responsável por 80%
dos casos graves que são atendidos na Unidade. “Diferente das outras
queimaduras que atinge a parte externa - a pele - a por descarga elétrica é
pior, pois energia passar por dentro do corpo, podendo atingir até os órgãos.
Então, não é só uma lesão externa e sim a parte interna, o que demora mais para
a recuperação” ressaltou.
Além dos acidentes relacionados a pipas,
Neyllyane Ferro explica que existem outros tipos, como o manuseio da rede
elétrica sem conhecimento, ligações clandestinas e acidente de trabalho, quando
o profissional não usa o Equipamento de Proteção Individual (EPI).
O exemplo por ter deixado de lado essas
orientações está no corpo do vigilante Rosivaldo Farias, de 41 anos, que sofreu
queimaduras de 3° grau enquanto tentava realizar reparos na laje da sua
residência. “Aonde eu moro é complicado, pois a rede elétrica fica próxima das
casas. Fui realizar um pequeno reparo e quando vi, já tinha pegado o choque”.
Como evitar queimaduras por descarga
elétrica
• Utilize protetores de tomadas e
passa-fio para não deixar fios elétricos expostos e ao alcance das mãos,
principalmente das crianças;
• Não faça manutenções no quadro de
força por conta própria. Consulte sempre um eletricista;
• Nunca tente recuperar algo que foi
pendurado em postes ou resgatar pipas. Queimaduras em fios de alta tensão são
gravíssimos, podem levar até mesmo a amputação de membros;
• Não sobrecarregue uma tomada com
vários equipamentos ligados ao mesmo tempo;
• Evite podar árvores que estão próximas
aos fios elétricos. Chame o Corpo de Bombeiros;
• Para os profissionais de telefonia, TV
a Cabo, Internet e concessionária de energia, o EPI sempre será importante.
Luta Contra as Queimaduras
Como parte das ações do Dia Nacional de
Luta Contra as Queimaduras, na próxima sexta-feira, 5/6, o Hospital
Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), irá promover uma ação de
conscientização que visa esclarecer os riscos desse tipo de trauma.
Os pacientes serão orientados quanto aos
riscos de manuseio da rede elétrica, cuidados básicos, orientação quanto a
brincadeira de soltar pipa, poda árvores que estejam próximo de fiações e
manutenção de rede sem o profissional adequado. Os assuntos fazem parte das
palestras, folhetos informativos e jogos sobre prevenção da queimadura por
eletricidade, para as crianças, visitantes e acompanhantes.
“Acredito que a informação é a chave
para evitar os acidentes. Quanto mais orientações passamos sobre prevenção de
queimaduras, teremos cada vez menos pacientes e o nosso objetivo é esse, fazer
com que as pessoas consigam mais qualidade de vida”, ressaltou a coordenadora
de Projetos Sociais do HMUE, Roberta Cardins.