Apenas duas ocorrências de roubo na
modalidade conhecida como vapor/ novo cangaço, caracterizada pela violência das
quadrilhas quando chegam a uma cidade, foram registradas entre os meses de
janeiro e junho deste ano, queda de 80% em relação ao mesmo período do ano
passado. Os investimentos do Governo do Pará em pessoal e na estrutura da
Polícia Civil, especialmente à Delegacia de Repressão a Roubos a Banco e
Antissequestro, foram fundamentais para o alcance do resultado.
Segundo o delegado titular da unidade,
Fausto Bulcão, o efetivo de delegados e investigadores foi triplicado no ano
passado, com incremento no material e infraestrutura que permitiram foco maior
nas investigações para desarticular as quadrilhas, localizando-as e atuando
junto à Justiça para a prisão dos integrantes.
Nesse tipo de roubo, os assaltantes
instalam terror e pânico na cidade para explodir instituições bancárias. O
termo foi usado no Pará no início da década de 2000, mas a forma de atuação
também é comum no Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. "Eles chegam atacando
as delegacias e quartéis da cidade, fazendo reféns, para detonar o banco",
explica o delegado.
As duas ocorrências se deram em Ipixuna
do Pará, nordeste paraense, em 30 de janeiro, e em São Domingos do Capim, na
mesma região, no dia 3 de abril. Ambas já foram elucidadas, com a prisão de
praticamente todos os envolvidos. Além disso, a Polícia Civil prendeu 35
pessoas, apreendeu 13 armas de fogo e 120 emulsões explosivas e recuperou R$
140 mil.
A pandemia do novo coronavírus não
favoreceu o aumento de casos. "A circulação de valores foi maior em
decorrência do auxílio emergencial. O comportamento de queda começou a se
apresentar antes de março, quando tínhamos apenas uma ação até então. Em 3 de
abril, ocorreu uma situação. Sabemos de outras que estavam sendo planejadas,
mas com as investigações anteriores avançadas, conseguimos evitar",
informou.