Desvendar a luz que migra no espaço
cósmico, e passeia vibrando em diferentes instâncias. O fotógrafo e
arte-educador Miguel Chikaoka desafia à essa reflexão na oficina De Olhos
Vendados, que está com pré-inscrições abertas até 05 de setembro, para
atividades que ocorrem entre 15 de setembro e 15 de novembro, como realização
da Kamara Kó Galeria. “Não existe coisa mais simples que a luz”, revela. Suas
práticas se desdobram por processos inerentes à própria luz, à imagem, ao meio
ambiente e ao humano.
Muito além dos dispositivos de registro,
Chikaoka propõe uma imersão na natureza, que para ele é o contato mais próximo
que se pode ter com a luz que flui no espaço. Fotografias são produzidas a
partir de pigmentos extraídos de flores e frutos, conversas surgem a partir de
sementes, descobertas de luz na escuridão são feitas em experimentações que vão
desde técnicas artesanais ou aquelas que
utilizam mecanismos mais elaborados, como câmeras digitais ou telefones móveis.
Em contexto de pandemia, a oficina se
propõe a um convite ao coletivo, em interação com o individual do isolamento social. “É presença e afeto, um
exercício de pensar, de estabelecer um relacionamento, de cuidar do outro. Não
se trata de uma coisa mecânica, mas de estar atento à realidade de cada um, de
não alimentar o burocrático, mas o humano”, explica. Assim, a oficina se
desdobra em encontros on-line, com práticas que podem ser realizadas em casa,
com a disponível condução de Miguel. Na galeria os participantes
recebem instrumentos e materiais para os exercícios, que são compartilhados em
plataformas digitais. Fotografia com furo de agulha, câmeras obscuras,
anthotype, light painting são algumas técnicas utilizadas no processo.
Ele explica que quando a luz incide nas superfícies de qualquer objeto ela reflete imagens desse objeto em todas as direções, misturando-se a outras que fluem no mesmo espaço. A possibilidade de visualizar e registrar imagens é inerente ao fluxo contínuo da luz. Assim, nas vivências fotográficas, Chikaoka resgata um pensamento natural e político, em que a forma de educar se transpõe aos métodos convencionais. De encontro aos limites estabelecidos nas disciplinas, o educador investe em formas de ensino com abordagens por outra reflexão. “Como lidar com essas disciplinas costuradas com um olhar para a natureza?”, desafia. A oficina se volta para interessados em fotografia como ponto de partida para outros desdobramentos da arte e da educação, de forma a aproximar as práticas ao cotidiano de cada um.
Miguel Chikaoka é paulista, reside em
Belém, onde idealizou os projetos de criação da Associação Fotoativa e da Agência Kamara Kó Fotografias. Dedica-se ao estudo de práticas educativas
pautado em abordagens que buscam expandir os sentidos do olhar para além da
fotografia.
Em 2012, recebeu o Prêmio Brasil de
Fotografia e a Comenda da Ordem do Mérito Cultural – MinC por sua contribuição
à cultura brasileira. Em 2014, convidado pelo CdF, desenvolve o projeto “Aguas
Enlazadas”, uma produção coletiva articulada com agentes multiplicadores no
Brasil e no Uruguai, que resulta numa instalação no espaço Bazar na
pré-ocupação da nova sede do CdF. Em 2015 foi agraciado com o Prêmio
Marcantonio Vilaça/Minc/Funarte. Integra atualmente a Diretoria da Rede de
Produtores Culturais da Fotografia no Brasil.
Serviço
Oficina De Olhos Vendados - Iniciação à Fotografia com Miguel Chikaoka,
com pré-inscrições até 05 de setembro 2020.
Formulário de inscrição:
https://bityli.com/QrZpT
Período de entrevistas: 01 a 8 de
setembro, com agendamento no próprio formulário de inscrição. Convocatória dos aprovadxs até 10 de setembro.
Prazo para confirmar participação: até
12 de setembro
Período da oficina: 15 de setembro a 15
de novembro - encontros regulares às segundas e quartas, de 19 às 21h30 +
práticas orientadas e consultas
Carga horária total: 48 horas
Número de participantes: 12
Investimento: R$ 750,00 (parcelado em até 3 vezes no Cartão
Crédito). R$ 700,00 para pagamento à vista.