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Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará |
Encerram-se, nesta quarta-feira (30), as
Campanhas de Vacinação contra o Sarampo e Poliomielite, mas as vacinas
continuam disponíveis nas salas de vacinação de todas as unidades básicas de
saúde do Estado no horário normal de atendimento.
Segundo o diretor do Departamento de
Epidemiologia da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Bruno Pinheiro,
a situação é preocupante porque nenhuma das campanhas atingiu a meta de
vacinação.
Ele lembrou que elas começaram no dia 24
de agosto e foram prorrogadas três vezes, sempre com o intuito de dar uma nova
oportunidade à população de se vacinar e ao serviço público de resgatar as
coberturas vacinais. "Infelizmente, parte da população ainda não percebeu
o quanto é importante vacinar as crianças para evitar doenças graves como essas",
lamentou.
A meta da campanha contra o sarampo era
vacinar 95% de um total de 3.485.894 pessoas, da faixa etária de 20 a 49 anos,
porém, só foram vacinadas 971.605, correspondendo a apenas 27,7% do total.
"Em relação a poliomielite, o resultado foi melhor, mas também abaixo do
esperado. Tínhamos que vacinar 95% de 595.688 crianças, de 1 a 4 anos, e
conseguimos alcançar 379.541, ou seja, 61,64% da meta", informou Bruno.
Rotina - Bruno Pinheiro ressaltou, no
entanto, que as unidades básicas de saúde continuam com estoques disponíveis de
vacina para rotina de vacinação de crianças, jovens, adultos e idosos. E faz um
apelo para que as famílias procurem atualizar o esquema vacinal das crianças e
adolescentes, pois estão sendo acometidas pelo sarampo hoje exatamente as
pessoas que não tomaram vacina no passado. "Todas as pessoas não vacinadas
e que nunca adoeceram de sarampo são suscetíveis ao adoecimento, só a vacina
garante a proteção", alertou.
De acordo com Bruno Pinheiro, no início
do surto de sarampo no estado, os casos se concentravam na Região Metropolitana
de Belém (RMB) em função do maior contingente populacional. "Agora, nossa
preocupação é com a região do Marajó, que tem registrado casos principalmente
nos municípios de Portel, Breves e Bagre. "Portanto, é importante que as
populações de todas as regiões paraenses estejam vacinadas contra a doença para
que o vírus pare de circular e o Pará deixe de ser o primeiro no ranking de
casos da doença no Brasil, com 65% do total. Enquanto houver pessoas não
vacinadas, haverá casos de sarampo no Pará ", alertou.
Ações da Sespa - Além de assegurar a
distribuição dos imunobiológicos e insumos (seringas e agulhas) necessários
para a vacinação da população em todo território paraense, a Sespa presta
assessoria direta aos 13 Centros Regionais de Saúde, com capacitação, avaliação
e monitoramento para o alcance das coberturas vacinais nos municípios de
jurisdição de cada centro e tem orientado as gestões municipais a adotarem
novas estratégias para resgatar as baixas coberturas vacinais.
Entre essas estratégias estão: fazer
triagem dos pacientes para elegibilidade à vacinação, ampliar horários de
atendimento mais convenientes ao comparecimento às unidades de saúde, realizar
palestras educativas para vencer a resistência dos pais ou da comunidade às
imunizações, avaliar as necessidades de imunização durante as consultas
clínicas Oferecer vacinas para aqueles que procuram uma unidade de saúde ou
farmácia, fortalecer o conhecimento sobre as vacinas e combater a desinformação
sobre imunização na internet e nas redes sociais.
Segundo Bruno Pinheiro, é importante que
os profissionais de saúde incentivem os pacientes a vacinar usando intervenções
baseadas no diálogo, que são consideradas as mais eficazes, abordando três
tópicos: "Por que a vacina é recomendada?", "Sublinhar as consequências
da doença evitável por vacina para o paciente" e "Mostrar os
benefícios que são oferecidos pela vacina".
Ele informou, ainda, que a Sespa também
já aprovou na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), um incentivo financeiro
aos municípios paraenses que alcancem as metas de vacinação do calendário das
crianças até 1 ano de idade. "Dessa forma, a gente forma uma população
adulta protegida e um território com barreiras biológicas contra a transmissão
e disseminação de doenças imunopreveníveis", finalizou.