O Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) divulga o último boletim da PNAD Covid 19, pesquisa criada
em maio para avaliar os impactos da pandemia no mercado de trabalho, bem como
investigar comportamentos de saúde da população em relação aos casos suspeitos
da doença. A pesquisa encerrou revelando que, no Pará, de maio até novembro,
houve queda expressiva na quantidade de pessoas afastadas do trabalho devido ao
distanciamento social. Eram 28,5% em maio, mas em novembro apenas 2,7% dos
ocupados no estado estavam afastados por conta da pandemia. O estado foi um dos
que mais recebeu auxílio emergencial.
No Pará, a pesquisa registrou que, em
maio, 852 mil pessoas tiveram que se afastar de seu local de trabalho por conta
das exigências de distanciamento social (28,5% da população ocupada em todo o
estado). Em novembro, o dado caiu para 83 mil (2,7% dos ocupados).
A quantidade de pessoas trabalhando de
forma remota também diminuiu ao longo do período pesquisado, mas se manteve
relativamente estável: eram 113 mil em maio (5,7% dos ocupados no Pará) e 90
mil em novembro (3,1% dos ocupados).
Já a quantidade de pessoas ocupadas e
não afastadas (que continuaram saindo de casa para ir ao trabalho) aumentou:
eram 1.986 milhão em maio (66,4% do total de ocupados no Pará) e 2.896 milhão
em novembro (94,3%).
O Pará foi um dos estados com maior
quantidade de domicílios recebendo auxílio emergencial. Em maio, em 1.370
milhão de domicílios paraenses havia pelo menos uma pessoa recebendo auxílio
emergencial (58,7% dos domicílios paraenses). Em novembro, foram 1.460 milhão
(61,1%) de domicílios paraenses contando com esse recurso para complementar a
renda familiar.
Dentre as pessoas que tinham uma
ocupação, mas estavam afastadas, mais da metade (54,7%) ou 549 mil (de um total
de 1.003 milhão de pessoas) deixou de receber remuneração em maio; enquanto em
novembro, o dado caiu para 63 mil pessoas ocupadas, mas afastadas sem
remuneração: 35,6% do total daquele mês que foi de 176 mil.
Em maio, 1.122 milhão de pessoas teve
rendimento abaixo do que o normalmente recebido, o que corresponde a 38,3% do
total de ocupados do Pará, naquele mês. Em novembro, esse grupo diminuiu para
664 mil pessoas (22,6% dos ocupados). Por outro lado, na contramão da crise
gerada pela pandemia, houve um grupo que conseguiu aumentar seus rendimentos.
Esse grupo, apesar de pequeno dentro do universo da população ocupada, cresceu
no período da pesquisa: em maio, 115 mil pessoas tiveram rendimentos acima do
normal (3,9% dos ocupados), enquanto em novembro esse grupo era formado por 228
mil pessoas (7,8%).
A quantidade de pessoas atuando em algum
trabalho informal aumentou: dentro do universo das pessoas ocupadas, 1.525
milhão de pessoas (51% dos ocupados) eram informais em maio. Em novembro, eram
1.612 milhão (52,5%). Porém, também aumentou a quantidade de pessoas com
carteira de trabalho assinada: Eram 660 mil pessoas em outubro e passou a ser
de 770 mil em novembro - maior número desde o início da pesquisa. De outubro
para novembro, cresceu 17%.
Mantiveram-se estáveis (sem alterações
significativas do ponto de vista estatístico) os números de pessoas ocupadas, desocupadas,
pessoas na força de trabalho e fora da força de trabalho. A quantidade de
pessoas ocupadas, em maio, era de 2.988 milhões, passando a 3.072 milhões em
novembro. O número de desocupados, que era de 362 mil em maio, passou para 554
mil em novembro. A taxa de desocupação subiu de 10,8% (maio) para 15,3%
(novembro).
O grupo das pessoas não ocupadas que não
procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na
localidade caiu de 941 mil em maio (29,2% das pessoas fora da força de trabalho)
para 670 mil em novembro (22,3%). Já as pessoas não ocupadas que gostariam de
trabalhar, mas que, por algum motivo, não puderam procurar trabalho manteve-se
quase igual durante os meses da pesquisa: eram 1.315 milhão em maio (40,8% das
pessoas fora da força de trabalho) e passaram a 1.333 milhão em novembro
(44,3%).
A quantidade de pessoas na força de
trabalho era 3.351 milhões em maio e encerrou com 3.625 milhões. Enquanto as
pessoas fora da força de trabalho eram 3.222 milhões no começo da pesquisa,
passando a 3.008 milhões no final, em novembro. Com isso, a taxa de
participação na força de trabalho subiu de 51% em maio para 54,7% em novembro.
E o nível de ocupação passou de 45,5% (maio) para 46,3% (novembro).