A fragilidade e a delicadeza são características da nova espécie de orquídea encontrada no Parque Estadual do Utinga pela primeira vez. Com cerca de cinco centrímetros, a espécie, classificada como Vanilla labellopapillata, reforça a riqueza da biodiversidade encontrada nas Unidades de Conservação do Estado, bem perto da população.
Esse é o segundo registro da espécie no
Estado do Pará, que já foi encontrada na Floresta Nacional de Caxiuanã, pela
pesquisadora Dra. Ana Koch, no município de Melgaço. Em outubro de 2020, cerca
de 400 km da cidade onde foi descoberta, pesquisadores do Projeto "Flora
do Parque do Utinga", do Museu Paraense Emílio Goeldi, em parceria com o
Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará
(Ideflor-bio), descobriram a nova orquídea às margens do Parque, nas
proximidades do Lago Água Preta.
"Orquídeas como essas são visadas
por colecionadores e pessoas em geral, que acham bonitas e querem ter uma
espécie em sua casa, mas nós reforçamos o trabalho de conscientização para que
não arranquem as orquídeas ou outros elementos da flora, só quem pode fazer
coleta são pesquisadores devidamente autorizados", enfatizou o pesquisador
Leandro Ferreira.
Segundo Socorro Almeida, diretora de
gestão e monitoramento de unidade de conservação do Ideflor-Bio, a descoberta é
um exemplar da Floresta Amazônica bem perto da população. "Em um espaço
tão antropizado, como é o entorno do Parque do Utinga, conseguimos presenciar
descobertas e redescobrir espécies que muitos julgavam que não teriam mais vaga
para elas aqui, em um ambiente transformado pelo ser humano".
Desenvolvido desde 2018, o projeto "Flora do Parque do Utinga" é um dos grandes exemplos da geração de conhecimento científico dentro das Unidades de Conservação. Os pesquisadores atuam nas quatro unidades de conservação da Região Metropolitana de Belém: Parque Estadual do Utinga, Áreas de Proteção Ambiental de Belém e da Ilha do Combú e no Refúgio da Vida Silvestre Metrópole da Amazônia.
As Unidades de Conservação, que
funcionam como laboratórios de pesquisa, onde são mapeados recursos naturais,
fauna, flora e inventários botânicos, são de responsabilidade do Ideflor-bio,
que faz a gestão e o monitoramento das 26 Unidades do Pará.