Grávidas devem redobrar hidratação e cuidados com alimentos contaminados nas praias e igarapés

 

 

Crédito: Rafaela Soeiro / Ascom FSCMPA

Durante o verão amazônico, quando as temperaturas chegam a atingir 40 graus, as grávidas devem aumentar a ingestão de água e tomar muito cuidado com contaminação de alimentos vendidos em barracas de praia e restaurantes de balneários.

 A recomendação é da nutricionista Deborah Kathleenn Costa, especialista em pré-natal de alto risco do Ambulatório da Mulher da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP).

 "Obviamente as prescrições precisam ser individualizadas, porém, de forma geral, com o calor mais intenso, mais exposição ao sol, banhos em mar, praias de ambiente salgado, aumenta o perigo de desidratação. Suar mais, desconforto com a temperatura, tudo isso requer às vezes até o dobro de ingestão de água, água mineral mesmo, não qualquer líquido, em comparação a épocas mais amenas", reforça a profissional.

 Ela explica que um adulto comum requer em torno de dois litros de água por dia. Grávidas, por volta de dois litros e meio. Sob calor intenso, esse número pode dobrar, com necessidade de quatro litros, até mais, dependendo de circunstâncias de cada pessoa, como nível de atividade física e contato com o sol.

 Segundo ela, a ideia de que o cálculo seja sobre o consumo de água pura, mineral, é por causa da presença de diversos elementos químicos, como nutrientes, em líquidos tais quais leite e sucos, o que dificulta a quantificação e o controle.

 O alerta é de que um quadro de desidratação na gestação, sobretudo nos casos de médio e alto riscos, como mães hipertensas ou obesas, pode provocar infecção urinária, com resultado imprevisível, inclusive de aborto.

 "Na gestação, existem duas situações importantes quando não se atinge a quantidade hídrica adequada: infecção urinária e, ainda, problemas intestinais, como constipação. A água previne isso. Não é que, sem essa quantidade mínima, a mulher deixe de urinar, porque, no processo natural da gravidez, existe uma maior frequência urinária mesmo, só que, sem a ingesta hídrica ideal, essa urina acaba muito concentrada", detalha.