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Arte: Secom/MPF |
A Justiça Federal decidiu manter a prisão de dois investigados por suposta participação em quadrilha que desviava verbas destinadas ao combate à covid-19 no Pará. A decisão, assinada nesta segunda-feira (30), atende pedido do Ministério Público Federal (MPF) no processo referente à Operação Reditus, realizada no último dia 18 contra esquema ilegal na contratação de organizações sociais para a gestão de hospitais públicos no estado.
A revogação das prisões de José Arnaldo
Izidoro Morais e José Bruno Tsontakis pode levar os suspeitos a repetirem a
prática dos crimes, destacou o juiz federal Antônio Carlos Almeida Campelo. A
prisão segue sendo, nesse caso, a medida mais adequada e proporcional, que foi
imposta e está sendo cumprida dentro da legalidade, para resguardar a ordem a
ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal, entre outras exigências
legais, ressaltou o juiz federal.
Operação Reditus – A Operação Reditus,
segunda fase Operação SOS, foi autorizada pela Justiça Federal e envolveu cerca
de 400 policiais federais, além de servidores da Receita Federal e da
Controladoria-Geral da União (CGU). Foram expedidos 95 mandados de busca e
apreensão, 54 mandados de prisão temporária e seis mandados de prisão
preventiva.
Os recursos desviados, segundo a Polícia Federal (PF), seriam oriundos de repasses efetivados pelo governo do Pará, por meio da celebração de contratos de gestão, nos anos de 2019 e 2020, às seguintes Organizações Sociais: Instituto Panamericano de Gestão (IPG), Associação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, Instituto Nacional de Assistência Integral (Inai) e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui.
A finalidade dos contratos celebrados era a de promover a administração de nove hospitais: Hospital Público Geral de Castelo dos Sonhos (Itaituba), Hospital de Campanha de Santarém, Hospital de Campanha de Breves, Hospital Regional Abelardo Santos (HRAS), Hospital de Campanha de Belém, Hospital de Campanha de Marabá, Hospital Público Regional de Castanhal, Hospital Público Geral de Castelo dos Sonhos e Hospital Regional dos Caetés (Capanema).
Subcontratação – De acordo com as investigações, o governo estadual efetuava repasses de verba às Organizações Sociais contratadas e essas organizações subcontratavam outras empresas para prestarem serviços nas unidades de saúde geridas pelo grupo suspeito, prática conhecida como quarteirização. Posteriormente, os serviços subcontratados eram superfaturados ou nem sequer eram prestados, permitindo que a verba que deveria ser destinada à aquisição de bens ou serviços retornasse para os integrantes da organização criminosa por meio de um complexo esquema de lavagem de dinheiro.
Além das prisões, buscas e sequestro de bens, a Justiça Federal também determinou a suspensão das atividades de duas empresas utilizadas para lavagem de capitais e o bloqueio de valores das contas bancárias das pessoas físicas e jurídicas investigadas que, somados, podem alcançar mais de R$ 800 milhões.
Processo 1016051-09.2021.4.01.3900 – 4ª
Vara Criminal da Justiça Federal em Belém (PA)