Crédito: Bruno Cecim / Ag.Para |
A equipe multiprofissional da Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) celebra, na próxima segunda-feira (27), o Dia Nacional da Doação de Órgãos, tendo em vista o importante papel do hemocentro paraense dentro do Programa Estadual de Transplante, ao ser referência na realização de exames de compatibilidade, entre os doadores e pacientes. Sem seu Laboratório de Imunogenética, seria impossível saber o HLA (Antígeno Leococitário Humano) dos envolvidos no procedimento.
O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou falecido. Na maioria dos casos, o transplante é o melhor ou único tratamento curativo disponível para determinados pacientes.
Equipe laboratorial Hemopa
Desde a implantação do Laboratório de Imunogenética, em 2002, a Fundação monitorou 4.890 pacientes renais com necessidade de transplante, sendo que 399 deles, já foram transplantados no Pará. Segundo o DATASUS, havia 1.985 pacientes em diálise no Estado do Pará em 2012. Conforme o Censo Brasileiro de Nefrologia de 2019, o número de pacientes em diálise crônica mais que dobrou entre 2005 e 2019 com previsões de continuar aumentando nos próximos anos com o aumento da prevalência do diabetes, obesidade e hipertensão arterial sistêmica.
De acordo com a gerente do Laboratório de Imunogenética, a biomédica Patrícia Jeanne, o Hemopa garante o apoio para 26 unidades de saúde de diálise e/ou transplantes, das esferas pública e privada, no Pará, atendendo 456 pacientes, em fila de espera por um transplante renal no Estado.
A profissional explica ainda que o
serviço também tem atendido pacientes candidatos ao transplante de medula
óssea, afetados por doenças hematológicas benignas e malignas, como anemias aplásticas,
doenças falciformes, talassemias, síndromes mielodisplásicas, leucemias
linfoides e mielóides agudas e crônicas.
O agrônomo Flamarion Gomes de Almeida,
48, descobriu que tinha Leucemia Melóide Aguda (é o tipo mais comum e mais
agressivo da doença). Em 2019, durante exame pré operatório, coincidentemente,
no dia do aniversário da filha, em 24/07, o paraense, residente no Amapá,
entrou em choque com a descoberta da doença até o transplante, realizado em
abril deste ano, Flamarion, passou por muitas sensações como medo, angústia,
insegurança, mas nunca perdeu a fé de encontrar um doador compatível, que
descobriu estar dentro de sua casa: a irmã Ellen Cristina Gomes Almeida, 44,
que fez o exame de compatibilidade na Fundação Hemopa, juntamente com outra
irmã, Helizângela Gomes de Almeida, 49 anos. As irmãs realizaram exame no
Hemopa, porque o procedimento não é feito no Amapá.
"Nossa equipe tem auxiliado 314
pacientes hematológicos candidatos ao transplante de medula óssea, no Estado do
Pará. Atualmente, a Fundação Hemopa já realizou cerca de 120 mil cadastros de
doadores voluntários de medula óssea junto ao Redome", ressaltou Patrícia
Jeanne.