X Congresso Brasileiro de Alzheimer
começou ontem (14/10) com palestras de 14 especialistas que vão dar orientações
em diversas áreas importantes para o tratamento e para a qualidade de vida de
pacientes e familiares.
A arquiteta Thaíssa Scerne explica que pequenas mudanças na organização da mobília da casa, a escolha de móveis mais seguros, dicas de iluminação, pisos e cores somados às informações multidisciplinares dos sintomas e progressões da doença de Alzheimer são capazes de trazer resultados importantes, como reduzir riscos e inseguranças, prevenir acidentes e potencializar o estímulo necessário para retardar a progressão com avanço dos sintomas.
“Uma moradia segura impacta na independência de todas as pessoas, especialmente as idosas, e a organização do cotidiano facilita a manutenção da saúde, a produtividade e a convivência das pessoas de gerações diferentes”, avalia a arquiteta Thaíssa Scerne. “Um ambiente adaptado ajuda o cuidador a planejar a própria rotina e quem recebeu o diagnóstico de Alzheimer permanecerá mais tempo realizando as atividades de vida diária, com o uso de sinalizações nos ambientais, como exemplo de estratégias para compensar a perda de memória”, explica.
Alzheimer - A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável, que se agrava ao longo do tempo, mas pode e deve ser tratada. Causada pela morte de células cerebrais, se apresenta como demência ou perda de funções cognitivas como memória, orientação, atenção e linguagem. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.
Incidência - No Brasil, o número de pessoas com a Doença de Alzheimer atinge cerca de 1,2 milhão. Um fator muito preocupante é que apenas metade delas sabe que tem a doença e faz tratamento. A cada ano surgem 100 mil novos casos e a estimativa é de que esse número dobre até 2030, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que até 2050 o número de casos aumente em até 500% em toda América Latina.
Idade é fator de risco - As pessoas idosas são as principais vítimas. 40% ou mais das pessoas com idades entre 85 e 89 anos têm a doença. Após os 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos.
É a causa mais comum de demência, responsável por 70% de todos os casos. Pode-se caracterizar demência como um estado persistente de deterioração cognitiva, incluindo perda de memória, dificuldade de comunicação e de compreensão, diminuição da capacidade de atenção, deterioração funcional, problemas de coordenação e de percepção visual e deterioração emocional, incluindo sintomas depressivos, ansiosos, delírios, alucinações e agressividade.
Quais são os sinais da Doença de
Alzheimer?
- Esquecimento de eventos, de compromissos
ou do lugar onde guardou seus pertences.
- Dificuldade para se orientar no tempo e no espaço.
- Incapacidade em reconhecer faces ou
objetos comuns, podendo não conseguir reconhecer pessoas conhecidas.
- Dificuldade para encontrar e/ou
compreender palavras, cometendo erros ao falar e ao escrever.
- Agitação noturna ou insônia, com troca do dia pela noite.
Os sintomas não são os mesmos para todos os pacientes com demência, mesmo quando a causa de demência é a mesma. Nem todos os sintomas aparecerão em todos os pacientes. Como uma doença de curso progressivo, o quadro clínico do paciente com demência sofre modificações. Com a evolução da doença, há o aparecimento de novos sintomas ou o agravamento dos sintomas existentes.
Atenção ao que NÃO É NORMAL - A programação das salas online do congresso foi pensada para sensibilizar as pessoas sobre a doença de Alzheimer, com temas que abrangem os aspectos mais comuns no cotidiano dos doentes e seus familiares. A informação é a principal ferramenta para reduzir o estigma que cerca a doença e afasta as pessoas da identificação de sintomas e do enfrentamento do problema.
O estágio inicial raramente é percebido. Parentes e amigos costumam achar que são sintomas próprios da velhice, que aquelas mudanças fazem parte do processo normal do envelhecimento, o que não é verdade. Essa confusão tende a adiar a busca por orientação profissional e, não muito raro, a doença é diagnosticada tardiamente.
Uma das formas mais eficazes de minimizar os efeitos da doença é o diagnóstico precoce que, para ser realizado, necessita desse envolvimento crescente de familiares e pessoas próximas do paciente, além de profissionais da saúde preparados e com adequada estrutura para o diagnóstico.
Serviço:
X Congresso Brasileiro de Alzheimer
14 e 15 de outubro de 2021
Valor: R$ 30,00
Informações e inscrições:
PA (91) 98414-5328.