Congresso Brasileiro de Alzheimer começa com sala online para familiares e cuidadores

  


X Congresso Brasileiro de Alzheimer começou ontem (14/10) com palestras de 14 especialistas que vão dar orientações em diversas áreas importantes para o tratamento e para a qualidade de vida de pacientes e familiares.

 Psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, musicoterapia, arquitetura e direito serão algumas das áreas abordadas nos dias 14 e 15 de outubro, nas salas online do congresso, destinadas a familiares, cuidadores e até mesmo a pacientes em estádio inicial.

 A arquitetura e o design como ferramentas auxiliares no cuidado diário e no estímulo aos pacientes com Alzheimer é um dos focos dos debates, com a abordagem sobre os principais cuidados com o ambiente de moradia para se ter um espaço seguro ao envelhecimento, além de cognitivamente estimulante, capaz de auxiliar as atividades do dia a dia, melhorar a qualidade de vida e o  bem estar, tanto para  quem vive, como para quem cuida e  convive com a doença de Alzheimer e demências similares. 

A arquiteta Thaíssa Scerne explica que pequenas mudanças na organização da mobília da casa, a escolha de móveis mais seguros, dicas de iluminação, pisos e cores somados às informações multidisciplinares dos sintomas e progressões da doença de Alzheimer são capazes de trazer resultados importantes, como reduzir riscos e inseguranças, prevenir acidentes e potencializar o estímulo necessário para retardar a progressão com avanço dos sintomas. 

“Uma moradia segura impacta na independência de todas as pessoas, especialmente as idosas, e a organização do cotidiano facilita a manutenção da saúde, a produtividade e a convivência das pessoas de gerações diferentes”, avalia a arquiteta Thaíssa Scerne. “Um ambiente adaptado ajuda o cuidador a planejar a própria rotina e quem recebeu o diagnóstico de Alzheimer permanecerá mais tempo realizando as atividades de vida diária, com o uso de sinalizações nos ambientais, como exemplo de estratégias para compensar a perda de memória”, explica. 

Alzheimer - A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável, que se agrava ao longo do tempo, mas pode e deve ser tratada. Causada pela morte de células cerebrais, se apresenta como demência ou perda de funções cognitivas como memória, orientação, atenção e linguagem. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família. 

Incidência - No Brasil, o número de pessoas com a Doença de Alzheimer atinge cerca de 1,2 milhão. Um fator muito preocupante é que apenas metade delas sabe que tem a doença e faz tratamento. A cada ano surgem 100 mil novos casos e a estimativa é de que esse número dobre até 2030, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que até 2050 o número de casos aumente em até 500% em toda América Latina. 

Idade é fator de risco - As pessoas idosas são as principais vítimas. 40% ou mais das pessoas com idades entre 85 e 89 anos têm a doença. Após os 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos.

É a causa mais comum de demência, responsável por 70% de todos os casos. Pode-se caracterizar demência como um estado persistente de deterioração cognitiva, incluindo perda de memória, dificuldade de comunicação e de compreensão, diminuição da capacidade de atenção, deterioração funcional, problemas de coordenação e de percepção visual e deterioração emocional, incluindo sintomas depressivos, ansiosos, delírios, alucinações e agressividade. 

Quais são os sinais da Doença de Alzheimer?

 - Perda de memória recente, com repetição das mesmas perguntas ou dos mesmos assuntos. 

- Esquecimento de eventos, de compromissos ou do lugar onde guardou seus pertences.

 - Dificuldade para perceber uma situação de risco, para cuidar do próprio dinheiro e de seus bens pessoais, para tomar decisões e para planejar atividades mais complexas. 

- Dificuldade para se orientar no tempo e no espaço. 

- Incapacidade em reconhecer faces ou objetos comuns, podendo não conseguir reconhecer pessoas conhecidas.

 - Dificuldade para manusear utensílios, para vestir-se e em atividades que envolvam autocuidado. 

- Dificuldade para encontrar e/ou compreender palavras, cometendo erros ao falar e ao escrever.

 - Alterações no comportamento ou na personalidade. O paciente pode se tornar agitado, apático, desinteressado, isolado, desinibido, inadequado e até agressivo.

 - Interpretações delirantes da realidade, sendo comuns quadros paranoicos ao achar que está sendo roubado, perseguido ou enganado por alguém.

 - Alucinações visuais (ver o que não existe) ou auditivas (ouvir vozes) podem ocorrer, sendo mais frequentes da metade para o final do dia.

 - Alteração do apetite com tendência a comer exageradamente, ou, ao contrário, pode ocorrer diminuição da fome. 

- Agitação noturna ou insônia, com troca do dia pela noite. 

Os sintomas não são os mesmos para todos os pacientes com demência, mesmo quando a causa de demência é a mesma. Nem todos os sintomas aparecerão em todos os pacientes. Como uma doença de curso progressivo, o quadro clínico do paciente com demência sofre modificações. Com a evolução da doença, há o aparecimento de novos sintomas ou o agravamento dos sintomas existentes.

Atenção ao que NÃO É NORMAL - A programação das salas online do congresso foi pensada para sensibilizar as pessoas sobre a doença de Alzheimer, com temas que abrangem os aspectos mais comuns no cotidiano dos doentes e seus familiares. A informação é a principal ferramenta para reduzir o estigma que cerca a doença e afasta as pessoas da identificação de sintomas e do enfrentamento do problema. 

O estágio inicial raramente é percebido. Parentes e amigos costumam achar que são sintomas próprios da velhice, que aquelas mudanças fazem parte do processo normal do envelhecimento, o que não é verdade. Essa confusão tende a adiar a busca por orientação profissional e, não muito raro, a doença é diagnosticada tardiamente. 

Uma das formas mais eficazes de minimizar os efeitos da doença é o diagnóstico precoce que, para ser realizado, necessita desse envolvimento crescente de familiares e pessoas próximas do paciente, além de profissionais da saúde preparados e com adequada estrutura para o diagnóstico. 

Serviço:

X Congresso Brasileiro de Alzheimer 

14 e 15 de outubro de 2021 

Valor: R$ 30,00 

Informações e inscrições: 

PA (91) 98414-5328.

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