O curta paraense Alumiá, da diretora e
atriz Iracy Vaz, é uma das atrações do Festival Curta Campos do Jordão 2021,
que começou na quarta-feira, 20, e vai até domingo, 24 de outubro, no formato
virtual. O filme, que foi gravado em Santo Antônio do Tauá, em janeiro deste
ano, fala das mulheres nordestinas que migraram para a região da Amazônia no
início do século XX.
A cidade, localizada no nordeste do Pará, foi a escolhida para o curta devido ter sido fundada por migrantes nordestinos, além de inspirar a história real de duas cearenses que migraram para lá - Maria Quitéria e Ana Lourenço - que eram bisavós de Iracy Vaz, o que conferiu ao filme um aspecto autobiográfico e ancestral.
A diretora explica que “Alumiá” tanto significa iluminar, como também deriva da palavra “Alumiação”, rito que ocorre nos interiores do Pará no dia 2 de novembro, onde centenas de pessoas se dirigem aos cemitérios para cultuar seus antepassados por meio da ornamentação das sepulturas com flores, coroas e velas.
No curta, o espectador é levado pelas tarefas cotidianas de Antônia, interpretada por Iracy. E, em meio aos seus afazeres, Antônia prepara-se para o dia da Alumiação, tecendo as coroas fúnebres para honrar os seus mortos. Mas, durante a tarde, recebe duas visitas muito esperadas para uma conversa sobre ancestralidade, trânsitos migratórios, família e força feminina.
Além de Iracy, o curta conta com a
participação das atrizes Pauli Banhos e Andreia Rezende, que também assina o
figurino. Tarcisio Gabriel e Wan Aleixo assinam a direção de fotografia e
edição. O projeto teve patrocínio do edital Preamar, da Fundação Cultural do
Pará.
O filme é uma produção desenvolvida pelo coletivo de artistas do Teatro Experimental de Insurgências Amazônicas (TEIA) e pode ser assistido no canal do grupo no Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=ui8fYQDtNmU).
E pelo site http://www.fccj.com.br/, o público pode assistir a todos os curtas selecionados pelo Festival Curta Campos do Jordão 2021 e ainda votar em seu preferido.